Autor: Filipe Manuel Neto
**Extraordinário.**
Não sou, nem de perto, um especialista em banda desenhada, mas há algo que posso já afiançar: este filme merece toda a nossa atenção. Se “Capitão América, o Primeiro Vingador” se revelou agradável e cheio de qualidade, este filme mostrou ser uma continuação digna. Não será correcto dizer que fiquei surpreso: a Marvel tem-nos brindado com excelentes produções e é difícil, assim, manter as expectativas baixas. Todavia, no final, senti-me satisfeito.
A trama volta a abordar o passado de Steve Rogers para revelar a existência de um rival à sua altura: o Soldado do Inverno, um super-soldado, tal como o Capitão América, cujas origens e passado estão intimamente relacionadas a Rogers. Não sei se esta história é fiel ao contado nas revistas aos quadradinhos, mas também sinto que isso, para mim, não importa. A trama vai-se desenvolvendo bem, com espaço para a acção e as cenas de luta são boas e parecem reais.
Chris Evans volta ao papel de Capitão América, e ele é hábil, heróico e enérgico. Samuel L. Jackson e Robert Redford também fazem ambos um trabalho excelente, ao nível do melhor que já fizeram até hoje nas suas longas carreiras. Scarlett Johansson e Anthony Mackie parecem ter recebido personagens talhadas à medida para eles, especialmente Johansson. Sebastian Stan é bom, mas não chamou muito a minha atenção. Emily VanCamp é boa, mas a personagem dela não tem muita relevância e é pouco interessante.
Mas onde este filme realmente se esmerou foi na qualidade dos valores de produção e dos aspectos mais técnicos. A cinematografia, por exemplo, é nítida, elegante, com um trabalho de filmagem excelente e um domínio absoluto da cor, do movimento, das sombras, que tornam o filme visualmente extraordinário. Some-se a isso a grandiosidade dos efeitos visuais, do CGI de última geração e, claro, das cenas de acção e de luta, e o resultado é avassalador. Os cenários e figurinos merecem, também, uma nota de grande louvor: gostei especialmente dos cenários da sede dos Vingadores, um complexo futurista e elegante que parece tirado de um projecto de urbanismo de uma cidade asiática. As aeronaves também parecem magníficas e impressionam. A banda-sonora, por sua vez, é bastante boa, encaixa-se perfeitamente no filme, mas confesso que não ficou no meu ouvido e que não a achei particularmente memorável.
Em 08 Mar 2021