Autor: Filipe Manuel Neto
**Não foi bem isto que eu desejei quando fui ver este filme.**
Neste filme dirigido por Wes Craven (director de *Pesadelo em Elm Street*), uma jovem acorda inadvertidamente um "djinn", uma entidade sobrenatural muito antiga e poderosa, que existe no mundo desde a sua origem e odeia os humanos, a quem está condenada a conceder desejos. Os desejos, porém, habitualmente não saem como são desejados, e a criatura aproveita para tomar posse da alma daquele que os pediu. O objectivo desta criatura é, com todas as almas recolhidas, abrir um portal sobrenatural que permitirá aos djinn, presos noutra dimensão, controlar o nosso mundo. Agora, ela vai ter de arranjar uma maneira de derrotar este poderoso inimigo antes que ele a obrigue a pedir os desejos que tem de lhe dar antes de abrir o portal.
Não posso dizer que este filme é bom, mas também seria injusto rotulá-lo de modo negativo. O filme faz um esforço para não seguir os formatos mais óbvios, e criou um monstro de terror com uma certa originalidade. Sem um orçamento elevado, Craven fez render o dinheiro para dar ao seu filme alguns traços de qualidade, principalmente nos pontos técnicos. Menos interessante, o roteiro falha no afã de construir uma história envolvente: é, ainda assim, tolerável o bastante para se justificar, apesar de os diálogos serem artificiais e irritantes. A segunda parte do filme é muito menos interessante e o ritmo torna-se cansativo e desgastante muito cedo.
Andrew Divoff provou ser muito competente no domínio da sua personagem, e contou ainda com as boas interpretações de Robert Englund e outros actores, num trabalho que se salda por uma nota positiva. Tammy Lauren, por seu lado, não me pareceu feliz no seu esforço… a personagem dela era impessoal, como um arquétipo e não uma pessoa.
Tecnicamente, o filme tem altos e baixos como se disse: a cinematografia é bastante decente e os cenários e figurinos cumprem muito bem o seu papel. Há certas cenas que são realmente fora do comum, assim como as mortes, que tentam parecer genuínas sem, por outro lado, irem perdendo o interesse. Ainda assim, o filme tem imensas falhas a todos os níveis como se pode ver nalguns efeitos, na quantidade de cenas sangrentas e na falta de autenticidade dalgumas. A pós-produção também não foi particularmente feliz.
Em 12 Dec 2021