Autor: Filipe Manuel Neto
**Muito simpático e bem feito, é puro entretenimento.**
Juntamente com o universo dos patos de Walt Disney, os Muppets e as diversas produções de Hanna e Barbera, os Looney Tunes – Merry Melodies são os maiores e mais populares conjuntos de desenhos de animação norte-americana. E quando se fala nos Tunes, nós sabemos o que vai acontecer: vamos ter muita animação louca, explosões e efeitos engraçados.
Este filme vai agradar aos fãs dos Tunes, colocando as personagens mais adoráveis e icónicas na tela grande, e dando o protagonismo, como é evidente, a Bugs Bunny e Daffy Duck, a dupla que é inseparável, ainda que sempre em despiques constantes. Tudo começa com o despedimento de Daffy e de um funcionário humano do estúdio Warner, e vai terminar numa espécie de luta contra o mal, em apoio ao pai desse funcionário que, na verdade, é um agente secreto à imagem de James Bond. Uma mistura aparentemente maluca, mas que funciona graças à habilidade e à irreverência dos Tunes.
Não vou perder tempo a falar dos actores de voz. O estúdio aproveitou inteligentemente os que já fazem habitualmente as vozes destas personagens, portanto estamos diante de profissionais, que sabem muito bem o que fazem e o que as personagens pedem deles. Temos, todavia, uma excelente apresentação cómica de Brendan Fraser, que parece totalmente a vontade com o que lhe foi pedido e até se parece divertir com tudo aquilo. Jenna Elfman também não está mal, mas não consegue acompanhar Fraser.
O filme é muito bom. É puro entretenimento, com toques clássicos que estamos habituados a ver no material dos Tunes. É o caso daquela perseguição no Louvre, ou das várias brigas entre o Duffy e o Bugs. Sendo um filme mais humilde e mais simpático do que Space Jam, eu senti que não tem contra si o peso das excessivas publicidades, além de ter um verdadeiro actor cómico no principal papel humano, e não um amador a tentar representar.
Em 31 Jan 2023