Autor: Filipe Manuel Neto
**Acção, muita acção, num filme lento, mas elegante.**
Foi a primeira vez, que eu saiba, que vi um filme feito em Hong Kong. John Woo, o seu director, ganhou alguma notoriedade internacional e teria até, muito depois deste filme, alguns trabalhos no cinema ocidental. Em geral, gostei do filme. Não sou um fã invicto do cinema de acção, mas senti que este filme consegue equilibrar a acção explosiva (até melhor e mais intensa do que nos filmes norte-americanos) com um roteiro satisfatório. A história gira à volta de um assassino profissional que, após cegar acidentalmente uma cantora de bar, passa a protegê-la. Ele terá, no entanto, de matar um mafioso e de fugir à polícia, que compreende a relação entre a cantora e o bandido e passa a vigiá-la.
Chow Yun-Fat é o actor principal do filme, e o único actor que eu, de alguma forma, me lembro de ter visto, embora não saiba dizer aonde. Ele é carismático e intenso, e torna a sua personagem num homem duro, mas, ao mesmo tempo, capaz de captar a simpatia do público. Danny Lee, no papel de um inspector da polícia, e Sally Yeh, como a cantora, também nos dão um trabalho agradável.
O ponto focal do filme é a acção intensa e explosiva. Não foram poupados meios para a obtenção de cenas de luta e de tiroteio impressionantes, e nesse aspecto, tanto os duplos quanto a equipa de efeitos especiais merecem um louvor. O filme tem bons cenários e figurinos, e a cinematografia tem uma beleza visual muito própria dos filmes orientais, onde as cor é intensa, vívida, é algo importante e sempre valorizado. O filme tem cerca de uma hora e meia, mas o ritmo é bastante lento denotando um certo esticar do roteiro, e é essa a maior crítica negativa que posso fazer-lhe.
Em 19 Jun 2023