Autor: itsjoaopedro
Crítica: Apocalipse Z: O Princípio do Fim
Direção: Carlos Martín Ferrera
Ano: 2013
Gênero: Terror, Suspense
O filme “Apocalipse Z: O Princípio do Fim” adapta o best-seller homônimo de Manel Loureiro, oferecendo uma visão sombria e claustrofóbica de um apocalipse zumbi que mistura terror visceral e crítica social. Embora a premissa seja promissora, a execução deixa a desejar em vários aspectos, tornando-se uma experiência irregular.
A história segue um advogado (interpretado por Clara Lago) tentando sobreviver em um mundo devastado por uma pandemia que transforma humanos em mortos-vivos. A ambientação inicial no norte da Espanha é um ponto forte: paisagens desoladoras e a sensação de isolamento são bem trabalhadas. No entanto, o roteiro peca ao tentar condensar uma narrativa rica em detalhes em um filme de pouco mais de 90 minutos. Isso resulta em personagens pouco desenvolvidos e uma trama apressada, que sacrifica profundidade para priorizar cenas de ação previsíveis.
Um dos destaques do filme é a atmosfera construída. A direção de arte cria cenários que transmitem desespero e tensão, enquanto a trilha sonora contribui para intensificar os momentos de maior suspense. No entanto, os efeitos especiais são inconsistentes, com maquiagem zumbi que varia de impressionante a amadora.
As atuações, embora competentes, não conseguem superar o roteiro limitado. Clara Lago se esforça para trazer humanidade à sua personagem, mas a falta de diálogos envolventes e conflitos convincentes dificulta a conexão do público com a jornada dela.
Em resumo, “Apocalipse Z: O Princípio do Fim” é uma tentativa ambiciosa de adaptar uma obra literária complexa, mas acaba tropeçando na falta de foco narrativo e na inconsistência técnica. Apesar de algumas cenas memoráveis e um bom trabalho de direção de arte, o filme não consegue se destacar em um gênero já saturado.
Nota: 5/10
Um filme para fãs hardcore do gênero zumbi, mas que pode deixar quem busca algo mais marcante decepcionado.
Em 16 Nov 2024
Autor: Pedro Quintão
A Galiza é uma região pela qual tenho um carinho especial. Adoro visitá-la na primavera e no verão, e, se tivesse oportunidade de trabalhar na minha área lá, não me importaria de viver nesse local encantador, onde a beleza natural se alia a um custo de vida mais acessível do que em Portugal. Por isso, a ideia de um filme de zombies ambientado na Galiza deixou-me logo curioso e na expectativa de ver localizações que me são familiares, mas inseridas num contexto pós apocalíptico.
Num subgénero tão saturado como o dos filmes de zombies, Apocalipse Z: O Princípio do Fim não tenta reinventar a roda. Ainda assim, cumpre bem a missão de entreter do início ao fim. A ação situa-se no início da pandemia de zombies que assola o planeta Terra, e para mim, essa é sempre a parte mais interessante dos filmes de zombies. Adoro ver a sociedade a cair, as pessoas a tentarem aprender a lidar com o caos, o pânico nas ruas. Por sua vez, já não me despertam tanto interesse os cenários em que as personagens já se encontram acostumadas ao apocalipse zombie, como aconteceu com The Walking Dead.
O protagonista é suficientemente interessante para que criemos uma ligação, mesmo que cometa uma ou outra decisão questionável, algo já habitual em filmes deste tipo. O filme oferece momentos de tensão bem conseguidos e algumas sequências de ação decentes, entregando uma experiência que, mesmo não exigindo grande reflexão, é agradável para quem quiser apenas relaxar e desfrutar de um bom zombie flick sem grandes expectativas.
Contudo, foi no aproveitamento da localização que senti a maior desilusão. Apesar de existirem algumas cenas exteriores que capturam brevemente a beleza da Galiza, grande parte da história passa-se em interiores ou em cenários genéricos que poderiam situar-se em qualquer parte do mundo. Como fã da região, teria adorado ver sequências de ação no centro de Vigo, nas magníficas praias de Cangas do Morrazo, na mística Ilha da Toxa, ou até mesmo na magnífica cidade de Santiago de Compostela. Infelizmente, isso não aconteceu, deixando uma sensação de oportunidade vergonhosamente desperdiçada.
Ainda assim, recomendo o filme a quem procura algo simples e competente em termos de entretenimento. Não é uma obra-prima nem o pretende ser, mas é fácil de se ver e cumpre o seu propósito. O final deixa um cliffhanger para uma possível sequela, e cá entre nós, adoraria que fosse ambientada em Portugal! Eu cá não me importava. hahaha
Em 19 Nov 2024