Autor: Filipe Manuel Neto
Paradigmático, entretém bem mas tem diversas fraquezas.
Este é o típico filme de desastres onde algo trágico acontece e um grupo de pessoas, liderada por um herói de ocasião, tenta salvar a vida. Desta vez, o desastre acontece dentro de um dos diversos túneis rodoviários que asseguram as ligações principais de Manhattan a terra firme. Quando uma colisão grave acontece no túnel, as extremidades cedem, prendendo quem se encontrava no meio. Há substâncias tóxicas, fogo e fumo, e o ar é escasso para os sobreviventes. É nestas circunstâncias que o ex-bombeiro Kit Latura resolve intervir e salvar os sobreviventes.
O filme aproveita o perigo para captar a nossa atenção. Como em qualquer filme de desastres (estou agora a lembrar-me de "Poseidon", por exemplo), o pequeno grupo de sobreviventes, que cedo capta a nossa simpatia, vai diminuindo à medida que os obstáculos vão levando membros do grupo à morte ou ao sacrifício. A manobra é boa, porém previsível, como todo o enredo. As personagens são esboços e nunca foram, de facto, desenvolvidas. Os momentos dramáticos são claramente ensaiados e os actores não se esforçam muito, com excepção de Sylvester Stallone e Amy Brenneman, que nos deram boas performances nas suas respectivas personagens. Gostei muito, especialmente, de sentir que Stallone procurou humanizar e tornar mais vulnerável a personagem dele. Viggo Mortensen, Dan Hedaya e Jay O. Sanders fizeram boas performances em personagens secundárias.
Em geral, este filme tem dois pontos fortes. O primeiro é a sua capacidade para entreter bem o público e não cair no marasmo, evitando momentos mortos e dando acção e perigo para quem o vê. O segundo é, claramente, a boa dose de efeitos visuais, especiais e sonoros que dão aos espectadores um espectáculo audiovisual. Está certo, entretanto muita coisa evoluiu, mas o facto é que este filme envelheceu bem, comparado com outros da mesma época.
Em 16 Aug 2019