Autor: Filipe Manuel Neto
**Um esforço sólido e sem anacronismos chocantes, mas que está longe de nos mostrar o verdadeiro Rob Roy.**
Este filme é frequentemente comparado a "Braveheart" porque ambos falam de heróis escoceses. Mas a semelhança acaba aí pois retratam períodos históricos distintos. Mas este filme não é o verdadeiro retrato da vida de Rob Roy McGregor. Ignora, por exemplo, a sua participação na revolta escocesa jacobita e na Batalha de Glen Shiel (1719), para se concentrar no conflito pessoal entre ele e o Marquês de Montrose. O filme também ignora que foi a popularidade de Rob Roy entre os escoceses que realmente o salvou, forçando o Jorge I a dar-lhe o perdão real. Por isso, podemos dizer que é parcialmente ficção.
Liam Neeson dá vida à personagem principal e faz isso de uma maneira convincente e agradável. O seu Rob Roy é um homem pensativo e inteligente, que equilibra coragem e bom senso, sabendo quando e por que lutar. Isso torna a personagem em alguém agradável ao público, especialmente quando percebemos que está a ser enganado e a lutar pela sua família e honra. Tim Roth é o vilão, Cunningham, um aristocrata de baixo escalão, sem dinheiro e de maneiras efeminadas. Cunningham é uma pessoa cheia de perfídia e desdém, mostrando que a nobreza de sangue não dá nobreza de caráter. Lord Montrose é brilhantemente interpretado por John Hurt e Jessica Lange brilhou como a honorável Sra. MacGregor. Algumas personagens têm um forte sotaque escocês, que às vezes falha e mostra ser falso, mas isso é um erro perdoável.
Além do trabalho positivo do elenco, podemos admirar o bom uso dos locais de filmagem, com belas paisagens escocesas. A fotografia é regular e satisfatória. Os trajes e cenários são bons e historicamente precisos. O produto final é um bom filme de fundo histórico, sem momentos mortos ou anacronismos flagrantes.
Em 24 Aug 2018