Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme francamente mau, mas que ajudou a carreira de alguns dos envolvidos.**
Depois de ver o primeiro filme "Mitos Urbanos", eu questionava-me se seria possível fazer melhor, ou até mesmo repetir a dose, sem que o segundo filme fosse invariavelmente pior e mais desastroso que o primeiro... que já era bastante fraco. A resposta é não.
Neste filme, Amy Mayfield, uma jovem estudante de cinema, tem de fazer uma pequena curta-metragem como trabalho de final de curso. Ela decide então fazer um filme onde um assassino mata as suas vítimas recriando famosos mitos urbanos. Tudo vai bem até que, realmente, pessoas começam a morrer às mãos de um misterioso assassino.
Bem, o que temos aqui é a mesma receita do primeiro filme. A diferença é que, como nós já o vimos, não nos surpreende... como o primeiro filme também não o fez. É só mais um filme de terror para o público adolescente, com um enredo tão fraco que nem vale a pena falar nele. Irá esgaçar-se ao primeiro puxão como se fosse um trapo apodrecido. O elenco é bastante fraco, quase amador. Jennifer Morrison, a actriz principal, é a mais capaz de todos mas não traz nada de particularmente bom para o filme. Limita-se a fazer o que tem de ser feito. Há, todavia, certos momentos onde parece que o filme, ou o enredo, fazem pequenas críticas veladas, mas rapidamente deixam isso de lado. O final é, talvez, a parte mais bem feita do filme.
Apesar de ser, no cômputo geral, um filme francamente mau e esquecível, foi um passo em frente na carreira de muitos dos que fizeram parte dele. Actrizes como Eva Mendes, Matthew Davis ou Jennifer Morrison tiveram, pouco depois, a oportunidade de fazer trabalhos mais sérios e de maior peso: Mendes, por exemplo, vai ter a oportunidade de participar de "Era Uma Vez No México" e Davis vai custar a firmar-se mas, após anos de pequenas aparições, ele vai fazer sucesso finalmente com "Diários do Vampiro". Até mesmo o director, John Ottman, irá descobrir que é um péssimo director mas tem jeito para outras coisas no cinema, especialmente a música. Portanto, acho que este filme cumpriu um objectivo e serviu um propósito, ainda que talvez muitos dos envolvidos o escondam na prateleira do fundo da sua filmografia.
Em 05 Apr 2020