Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme eficaz, que funciona razoavelmente, mas que não deixa de parecer um pretexto para o CGI massivo.**
Em anos recentes, parece que se convencionou de que basta uma quantidade insana de efeitos especiais para fazer um bom filme. Há imensos filmes que parecem desculpas ou pretextos para uma tonelada de efeitos, CGI e gráficos incríveis, sem grande conteúdo a dar-lhes uma base sólida. Este filme, onde temos uma invasão alienígena e um soldado que descobre que consegue controlar o tempo e reviver o mesmo dia vezes sem conta, é essencialmente mais um para esta lista.
De facto, o filme parece um cruzamento de “Stargate” e “Groundhog Day”. É um pouco absurdo na sua premissa, esticando as leis da física até quase se esgaçarem. A invasão de alienígenas não é novidade, mesmo aquela ideia de um organismo único, com uma só mente que é preciso matar. A questão é que, apesar da enorme quantidade de acção, tudo parece bastante vazio. O filme compensa isso com um ritmo agradável e capricha muito nos efeitos, CGI e aspectos técnicos.
Tom Cruise está no seu elemento. É novamente um soldado simpático, muito bonitinho e bem parecido, agradável ao público feminino. Não gosto dele como actor, e não será este filme a mudar a minha opinião sobre ele. Emily Blunt faz um trabalho decente, mas não será nunca o melhor da actriz, que não parece ter sido minimamente talhada para os filmes de acção. Bill Paxton, Brendan Gleeson e Jonas Armstrong dão-lhes um apoio eficaz e bem vindo, mas pouco mais. As personagens deles não foram bem desenvolvidas e são acessórias.
Em 12 Aug 2023