Autor: Filipe Manuel Neto
**Bastante decente.**
Este é mais um filme da franquia Actividade Paranormal, mas confesso que não achei nada de mais. A história do filme tem muito de imaginativo e cria uma ligação forçada entre uma família aparentemente normal e a família de Katie e Kristi, as duas personagens protagonistas dos filmes iniciais, e o fio condutor de toda a história. E eu digo forçada porque a ligação criada nunca me parece credível ou natural.
Tudo começa com a descoberta de uma estranha câmara de vídeo e uma colecção de cassetes. A família apercebe-se rapidamente que é uma câmara diferente, que vê coisas que não se podem ver à vista desarmada, e que podem ser entidades do outro mundo. Ao mesmo tempo, o comportamento da sua filha vai-se modificando e tudo parece sofrer uma repentina escalada, na qual o sobrenatural se torna demasiado óbvio para ser invisível.
O elenco faz o que pode para se sair bem, e o resultado de todo esse esforço é colectivamente positivo. Destacaria, especialmente, o bom trabalho de Ivy George, apesar da pouca idade, e de Brit Shaw. Os sustos são previsíveis, mal endémico em todos os filmes da franquia, mas há muito menos momentos parados do que vinha a suceder. É o primeiro filme a fazer uma aposta séria no CGI, e isso traz bons frutos mas também rouba, um pouco, a aparência natural e genuína do filme. O trabalho de pós produção tem, a meu ver, algumas falhas de montagem, com cenas que não se ligam muito bem entre si e parecem fora de lugar.
Em resumo, é um filme decente e que não desilude a maioria dos fãs, mas não me parece contribuir para captar públicos novos.
Em 02 Mar 2020