Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme de qualidade, que cria uma história romanceada em cima de factos e personagens históricas reais.**
Este filme, baseado em personagens e lugares históricos reais, aborda o cerco e a reconquista muçulmana da cidade de Jerusalém em 1187, após a derrota dos cruzados na Batalha de Hattin, contra as forças de Saladino. Dirigido por Ridley Scott, conta com Orlando Bloom, Eva Green, Liam Neeson e Jeremy Irons nos principais papéis.
O filme aborda as cruzadas sob um novo ponto de vista. Vemos um momento preciso onde Jerusalém, capturada em 1099, está prestes a ser perdida novamente. Muitas das personagens são baseadas, de modo muito ligeiro, em personagens históricas reais, da mesma forma que o roteiro e a trama usam factos históricos, muito embora não seja um filme historicamente preciso. E isto é algo que eu devo frisar bem: o filme não retracta os factos históricos, aproveita os factos históricos e constrói uma história ficcional em cima deles. É diferente. Mas há, sim, algum rigor histórico, essencialmente limitado aos figurinos, armas, técnicas de cerco e cenários. Tais elementos foram concebidos com algum cuidado, além de que são magníficos do ponto de vista estético. Claro que Hollywood tem uma imaginação fértil, e isso pode ver-se nalguns estratagemas dos sitiados para destruírem todas as máquinas de cerco dos muçulmanos.
Abordando agora a questão do roteiro e da trama em si, eu considerei-a bastante envolvente e bem construída. As cenas de acção são várias e agradam bastante ao público. As tramas românticas também não ficam mal, e nem soam propriamente a falso. A personagem central, Balian, é digna da simpatia do público e isso irá ajudar-nos a ir acompanhando o filme com atenção. Os actores cumpriram o seu papel de maneira satisfatória. Orlando Bloom é igual a si mesmo, faz o que deve fazer com bons resultados mas não surpreende. Eva Green fez certos esforços para ter um aspecto mais oriental, mas é no final que nos dá uma melhor interpretação da sua personagem, em meio à dor e ao sofrimento de uma mãe. Igualmente interessante foi a prestação de Edward Norton (que nunca mostra o rosto no filme), que interpretou o rei Balduíno IV de Jerusalém. Trata-se de um rei doente, leproso, mas prudente, que é autor de alguns dos diálogos mais inteligentes de todo o filme. A banda sonora, escrita por Harry Gregson-Williams, é boa e combina harmoniosamente a inspiração medieval e muçulmana com a música cinematográfica de cunho mais tradicional.
Em 24 Feb 2018
Autor: Rosana Botafogo
**English**
An epic historical drama, a fictional portrayal of the events leading up to the Third Crusade, focusing on Balian of Ibelin, who fights to defend the Crusader Kingdom of Jerusalem from the Ayyubid sultan Saladin, and mistakenly or intentionally portraying Sibylla as being in love with Balian instead of Guy, an injustice, considering that Sibylla played a fundamental role at the time, who with ingenuity and discernment acted strongly in the reign... Distorted and misogynistic story, great effects and long
**Portuguese**
Um drama histórico épico, retrato ficcional dos eventos que levaram à Terceira Cruzada, focando em Balian de Ibelin, que luta para defender o Reino Cruzado de Jerusalém do sultão aiúbida Saladino, e erroneamente ou intencionalmente retratando Sibylla como estando apaixonada por Balian em vez de Guy, uma injustiça, considerando que Sibylla teve um papel fundamental a época, que com engenhosidade e discernimento atuou fortemente no reinado… História distorcida e misógina, ótimos efeitos e longo.
Em 04 Jan 2025