Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma comédia de proporções históricas.**
Este filme é uma comédia familiar muito divertida em que Larry Daley, um homem derrubado pelo divórcio e por sucessivos fracassos de carreira, consegue ser admitido como guarda-nocturno no Museu de História Natural de Nova Iorque, sem saber que o museu ganha vida à noite.
A ideia é original mas certamente passou pelas mentes de muitos fãs de história, que adoram ver museus e sentir como se a história ganhasse vida e acontecesse diante dos seus olhos. E, de facto, a maioria dos museus devia ganhar mais vida e deixar de ser apenas um monte de espaços vazios, com vitrinas, objectos expostos, coisas mortas ou pedras. As pessoas querem estar num museu que combina harmoniosamente cultura, educação e diversão em família.
Este filme explora essas ideias para criar uma história engraçada em que um guarda-nocturno despreparado é apanhado de surpresa pela actividade nocturna anormal do espaço que deve vigiar. Há um certo aroma de aventura, misturado com boas piadas e humor situacional. As tentativas de Larry para manter as coisas sob controle e as lutas entre ele e algumas figuras históricas são óptimos momentos de humor.
Entre os actores, Ben Stiller naturalmente domina. Até que o vi aqui, considerei-o como um actor de pouco valor, apenas mais um a querer ser engraçado em filmes estúpidos. Agora reconheço que posso ter sido injusto no meu julgamento. Actores não podem ser responsabilizados por mau material que lhes é dado, e só brilham a sério quando têm material que lhes permite fazê-lo. Esse foi o caso de Stiller aqui. Igualmente brilhantes foram os já veteranos Dick Van Dyke e Mickey Rooney, em papéis de vilões. Carla Gugino, Ricky Gervais, Robin Williams, Steve Coogan e Owen Wilson compõem o núcleo do elenco de apoio e têm tempo e oportunidade para dar o seu melhor. Um filme para ver em família e rir sem preocupações.
Em 22 Aug 2018