Cabo do Medo

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Lançamento: 13 Nov 1991 | Categoria: Filmes

Cabo do Medo

Nome original: Cape Fear

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Drama, Crime, Thriller

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Produção: Amblin Entertainment, Cappa Productions, Tribeca Productions, Universal Pictures

Sinopse

Quando o advogado Sam Bowden retém provas que poderiam livrar o agressor sexual Max Cady das acusações de estupro, ele passa 14 anos na prisão. Ao ser libertado, Max, sabendo do que o advogado fez, se dedica a perseguir e destruir a família Bowden.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Um filme realmente muito bom, e a prova de que há remakes que valem realmente a pena pela sua qualidade e boa execução.** Acabei de ver este filme (que, na verdade, já vira na televisão, mas sem prestar a atenção que convém a um filme acerca do qual quero escrever qualquer coisa) e mais uma vez fiquei muito bem impressionado. A verdade é que, sem querer legitimar a prática, que muitas vezes é levada ao exagero, há remakes que conseguem justificar-se, não só pela qualidade que demonstram, mas também pelo dom, não despiciendo, de chamar a atenção do público para os filmes mais antigos. Eu posso dar o meu exemplo pessoal: foi o contacto com alguns remakes que me fez tomar conhecimento que havia filmes mais antigos e partir à procura deles para os poder ver. Este filme mantém, sem alterações significativas, a história contada no filme mais antigo, que data de 1962 e foi protagonizado por Gregory Peck e Robert Mitchum: muito resumidamente, é a história de um advogado que se vê perseguido e ameaçado, com a sua esposa e filha, por um ex-presidiário rancoroso que o culpa por muitos anos de encarceramento. Claro, há coisas que mudam entre os dois filmes, e este filme tem a vantagem de não nos dar uma história simples em que um homem terrivelmente mau quer fazer mal a um homem muito simpático. Bowden, o advogado, é um homem com um passado cheio de erros (muito parecido com muitos de nós) e que nem sempre foi bom no seu trabalho e no seu papel como marido e pai, e nós vemos isso, e a forma como a personagem é chamada a enfrentar as consequências. A temática sexual, que o filme original atenua muito (fruto das restrições impostas ao cinema então), está também mais vincada aqui, transformando Max Cady num pervertido quase perfeito. Além das ‘nuances’ que tornam o filme mais denso e com uma história mais complexa, podemos contar com um excelente elenco onde Robert De Niro rouba todas as atenções, graças a uma interpretação poderosa, convincente e genuinamente ameaçadora. Vale a pena ver este filme apenas para saborear a performance do actor. Nick Nolte deu vida ao advogado Sam Bowden, um homem que procura desesperadamente proteger a sua família. O actor é bom e faz um bom trabalho. Muito menos interessantes, Jessica Lange e Juliette Lewis interpretam a esposa e filha do advogado de uma maneira ambígua e por vezes muito desagradável: Lange ainda consegue desembaraçar-se razoavelmente do desafio que tem, mas Lewis transformou a sua personagem numa espécie de ninfeta adolescente que vê Cady como uma tentação sexual assustadora ao invés de ter o discernimento e inteligência necessários para, pelo menos, perceber o risco que a sua família inteira corre. Ainda uma chamada de atenção para os cameos de honra de Gregory Peck, Robert Mitchum e Martin Balsam, três actores que foram fulcrais no filme original. Aliás, este filme acabaria por ser o último da vida de Peck, que morreu pouco depois. Martin Scorcese fez este filme como um meio para atingir um fim, isto é, uma forma de levar o estúdio a investir em outro filme que ele queria fazer. Seja como for, e por que motivo for, foi uma boa aposta do director. O filme merece a nossa atenção e está cheio de méritos. O trabalho de filmagem e a cinematografia são excelentes, os cenários e figurinos também, com destaque, evidentemente, para as cenas na casa-barco dos Bowden. Os efeitos também foram bem feitos, muito embora não sejam particularmente extraordinários. A partitura central deste filme é a mesma da sua contraparte mais antiga, composta por Bernard Herrmann, uma das melhores e mais bem concebidas do compositor, e que já faz parte da memória colectiva.

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