Tempo de Matar

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Lançamento: 24 Jul 1996 | Categoria: Filmes

Tempo de Matar

Nome original: A Time to Kill

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Crime, Drama, Thriller

Site:

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Produção: Regency Enterprises, Warner Bros. Pictures

Sinopse

Uma história de suspeita e preconceito no sul do país, quando um jovem advogado defende um trabalhador negro de uma fábrica acusado de assassinar dois homens brancos que estupraram sua filha de 10 anos. A ênfase do caso recai sobre os direitos civis, pois ambos os lados geram mais violência e a guarda nacional é chamada antes que o júri chegue a um veredicto.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**É um bom filme, mas já vi dramas de tribunal melhores.** Vi este filme recentemente e fiquei bastante impressionado com a sua qualidade. Não sabia, contudo, que tinha sido baseado num romance, escrito por John Grisham (nunca o li, e tenho dúvidas se terá sido traduzido para Português), e baseado muito levemente no depoimento, emocionado, de uma jovem menina vítima de violação. Refira-se, aliás, e a título de mera curiosidade inusitada, que no caso real por trás do romance a vítima era uma menina branca e o homem acusado de a ter violado era negro. Em resumo, é muito bom, mas não é um filme perfeito e empalidece se for comparado com outro dramas de tribunal muito mais consistentes e eficazes. Joel Schumacher é o director deste filme e isso é realmente incrível para mim porque os trabalhos dele raramente me agradam. Soube apreciar as qualidades de “Número 23”, a beleza e musicalidade incríveis de “O Fantasma da Ópera” souberam cativar-me, mas, por outro lado, detesto os dois filmes “Batman” que ele dirigiu, e senti que “8mm” é um daqueles filmes cheios de potencial e que promete muito, mas acaba não correspondendo minimamente às expectativas. E depois aparece este filme. E estou até agora a pensar se devo considerar o director o responsável pelas maiores fraquezas do filme, ou como um trabalho redentor que mostra que, apesar da porcaria, Schumacher tinha algum talento. O elenco é fortíssimo. Apesar da trajectória descendente que tem tido a sua carreira logo após a consagração em 2014, Matthew McConaughey está em boa forma aqui e dá ao público um trabalho agradável. Não é o melhor do actor, não é nada realmente original, principalmente se pensarmos em dramas de tribunal, mas é eficaz, e parece credível. Samuel L. Jackson também faz um bom trabalho, mas a personagem é a mais ambígua do filme, podendo ser vilão ou herói consoante a nossa opinião (e o filme esforça-se para que o consideremos um herói). Kevin Spacey é bom numa personagem altamente estereotipada e Donald Sutherland dá um ar da sua graça quando o material lho permite. Menos interessantes foram as participações de Kiefer Sutherland e Sandra Bullock. Tecnicamente, é um filme discreto, sem grandes golpes visuais ou efeitos, o que é bom, pois dá todo o espaço necessário à história e ao desempenho dos actores. Conta, porém, com uma boa cinematografia, um uso inteligente dos locais de filmagem e dos cenários e, também, bons figurinos. É um filme um pouco longo para a história que traz, mas tal facto não constitui um problema muito grave aqui. A história tem, problemas que temos de considerar. Começa maravilhosamente bem, apresentando com cores e tons chocantes o incidente inicial. A cena onde o pai mata os violadores da sua filha também é incrivelmente bem feita, mas o resto, e principalmente as cenas fora do tribunal, é insípido. A personagem de Bullock é tão dispensável que era preferível nunca ter sido adicionada: ela aparece para atirar ao roteiro algum romance adúltero, que nunca vai além de uma sucessão de flertes porque a personagem central do filme não tem descaramento para trair a esposa sem ser em pensamento. De resto, ela dá-lhe algumas boas ideias, de maneira a um advogado incompetente ter como fazer um trabalho bem feito, e isso teria sido melhor se tivesse vindo da personagem de Donald Sutherland, dando-lhe uma utilidade maior e melhor material. Tive sérios problemas com o julgamento deste filme, começando pelas tentativas do juiz para que os factos se centrassem na morte dos violadores. Isso nunca seria aceitável por um tribunal verdadeiro ou por um autêntico advogado de defesa, considerando que, após o óbvio falhanço das alegações de insanidade transitória, a defesa teria de confiar numa ficha criminal limpa, na boa conduta de cidadania e num camião cheio de atenuantes a fim de aliviar a pena a que aquele homem iria, fatalmente, ser condenado. E a atenuante mais credível e convincente a um juiz ou júri seria, exactamente, a enorme comoção que teria provocado o crime de violação, anterior aos actos, levando aquele pai a agir de um modo que seria impossível noutras circunstâncias. E a inserção do KKK no filme, não sendo um problema em si, serve apenas para empolar um problema racial que já está lá e que não precisaria de ser mais exagerado.

Em 16 Jun 2023

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