Autor: Filipe Manuel Neto
**Adeus, Leonard Nimoy.**
Este é o terceiro filme da nova saga Star Trek, com nova história e personagens reinventados.
Se posso dizer que gostei muito dos dois filmes anteriores, desta vez fiquei um pouco desapontado. O trabalho dos actores permanece impecável, tal como o modo como o enredo aproveita todas as personagens centrais, dando a cada uma os momentos certos para brilhar em vez de dar quase todo o filme a três ou quatro personagens. A maneira como interagem e dialogam também é boa. Então, o que me deixou tão desapontado?
Duas coisas. O primeiro é o poderoso e óbvio CGI, tão evidente que perde o realismo e a credibilidade. Parece fantástico mas é tão nitidamente falso que não é capaz de impressionar. Pior que isso: domina o filme ao ponto de fazer esquecer o enredo. Essa é a segunda coisa que me surpreendeu. O roteiro pareceu-me tão básico e pouco desenvolvido que me fez pensar se teria sido melhor ver um dos filmes mais antigos e tirar ideias para este filme. Há situações que são claramente inexplicáveis, como a natureza da arma biológica que Krall tanto queria ou a razão pela qual parece tão pouco humano na maior parte do tempo, para dar apenas dois exemplos.
De qualquer maneira, é um filme que entretém o público e nos dá duas horas de qualidade. E é o primeiro filme feito após a morte de Leonard Nimoy, uma ausência muito sentida e presente no filme, em que é abundantemente mencionado e honrado, especialmente pelo jovem Spock (Zachary Quinto). Ninguém, certamente, duvida que Nimoy o mereceu.
Em 22 Aug 2018