Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma das grandes comédias da década.**
Estamos diante de um filme que fez um enorme sucesso quando foi lançado e continua, ainda hoje, a ter uma vasta legião de apreciadores. É uma daquelas comédias ligeiras, simpáticas, que não envelhece, está sempre actual e dá prazer rever de vez em quando. O roteiro, habilmente bem escrito, conta a história de Deloris, uma cantora de casino que tem de ser protegida pela Polícia após testemunhar o amante, um gangster casado, matar um bufo da Polícia à queima-roupa. A solução das autoridades é escondê-la num convento de freiras, onde terá de assumir uma identidade falsa e fingir que é uma religiosa vinda de outro lugar. Claro, a maioria das piadas do filme advém, precisamente, da difícil adaptação de uma mulher do espectáculo a um lugar fortemente severo, onde a obediência e a disciplina são levadas a sério.
O filme funciona maravilhosamente bem, e apesar dos anos que já passaram, continua a ser um filme espantosamente actual e que não acusa a idade. É um daqueles filmes que podemos ver e rever sem nos enjoarmos, de vez em quando, e que ainda hoje é carinhosamente lembrado por muitas pessoas. Não é um filme excelente do ponto de vista técnico, com uma cinematografia e edição medianas, bons cenários e figurinos decentes, mas sem grandes lutas e outros elementos técnicos desafiantes.
O elenco é luxuoso e está cheio de talentos. A protagonista é a grande Whoopi Goldberg, que estava então a viver um dos pontos altos da sua carreira (pouco antes, recebera o Óscar como Melhor Actriz Secundária por _Ghost_), torna-se, com este filme, verdadeiramente num ícone. Ao seu lado estava a grandiosa Maggie Smith e as engraçadas Kanthy Najimi, Wendy Makkena e Mary Wickes, sendo que elas dão vida às mais significativas freiras daquele convento. O vilão, por sua vez, é muito bem feito por Harvey Keitel.
Em 18 Jul 2022