Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme para arrecadar dinheiro à custa dos anteriores.**
Este filme é a sequela do filme “Doce Vingança”, lançado alguns anos antes como remake de um filme muito anterior, dos anos Setenta. Novamente se verifica que as sequelas, como é usual, são bastante inferiores ao filme inicial. Na verdade, esta sequela é uma repetição do que vimos no filme anterior, mudando apenas o contexto e os actores e equipa: é a mesma coisa, embora numa nova embalagem.
Neste filme, acompanhamos a jovem aspirante a modelo Katie Carter. Na sua vontade de fazer carreira na moda, ela vai necessitar de fazer um portefólio melhor com um bom fotógrafo, mas vai escolher a pior opção possível: sequestrada por três irmãos, é humilhada, espancada, torturada e, finalmente, repetidamente violada. O filme é bastante vil e nem o recomendo a adultos mais sensíveis. Crianças ou jovens, esses, estão fora de questão! Seja como for, Katie consegue sobreviver à provação e dar a volta por cima, vingando-se e matando cruelmente os homens que abusaram dela.
Para quem nunca viu o filme dos anos Setenta ou o filme de 2010, este filme vai certamente ser impressionante pela dureza e sadismo. Porém, para quem viu os dois filmes, como eu vi, é um filme bastante contido. Pessoalmente, penso que o nível de crueza e perversidade atingido no filme dos anos Setenta continua por bater e este filme não traz nada que não pudéssemos ver nos filmes anteriores. A cena de violação é bastante contida, há muita nudez mas nada que me tenha chocado (o filme dos anos Setenta foi muito mais abusivo nesse ponto). As mortes são bastante convencionais, com excepção do clímax final que é realmente violento. O director, Steven R. Monroe, fez um trabalho relativamente apagado, apostando tudo em cenas brutais e chocantes, tendo sido incapaz de criar uma história boa para construir alguma empatia entre as personagens e o público. Os diálogos são verdadeiramente amadores e ainda estou aqui a perguntar a mim próprio porque raios aparece um padre no filme!
O elenco é composto por nomes de terceira categoria ou mesmo novatos à procura de uma oportunidade: é o caso de Jemma Dallender, a protagonista, e dos actores Yavor Baharov e Aleksandar Aleksiev. Há alguns actores mais experientes, como Joe Absolom, George Zlatarev, Mary Stockley e Valentine Pelka, mas em personagens secundárias. A performance global do elenco é decente o bastante mas não há grandes notas positivas a destacar. Pelo contrário, Dallender provou ser uma protagonista relativamente apagada e desinteressante, com quem não nos importamos minimamente.
Tecnicamente, é um filme que não sobressai nem tem o que apresentar. Seguindo no trilho do primeiro filme, aposta tudo em cenas violentas, embora não necessariamente gráficas, com bons efeitos visuais e bastante sangue falso que vai contentar os adeptos do gore. Não tendo um orçamento alto, o filme usou o que tinha. O trabalho de maquilhagem e figurino foi bem feito mas está dentro do que estávamos à espera de ver. A banda sonora é virtualmente apagada e a cinematografia é amadora.
Em 10 Oct 2020