Autor: lorenaisawriter
Não achei os atores legais, bom o ator que interpretou Grey é um bom ator, mas a garota... Um lixo.
O filme estava todo cortado (e muito mal cortado), o filme é muito parado e não teve nada demais, tanta divulgação, tanto escândalo, tanto barulho por nada. Sensacionalismo.
A diretora não soube fazer seu trabalho com perfeição e não vou assistir o segundo.
Em 22 Mar 2015
Autor: Filipe Manuel Neto
**"Spank me Like You Do"**
Este filme foi, sem dúvida, um dos grandes sucessos de bilheteira da década, mas foi-o em grande parte devido ao sucesso já vertiginoso do material original, os romances eróticos de E. L. James. Não tenho dúvidas que o público que foi ver este filme fê-lo por curiosidade ou por ter previamente lido os livros e gostado. Então, o filme tinha já um público alvo bem definido. Mas como eu não li os livros (nem tenciono) falarei apenas do filme.
No geral, achei o enredo muito fraco. Anastasia Steele é uma jovem tímida, sexualmente inexperiente e que sente imediatamente uma forte atracção por Christian Gray, um jovem milionário com uma agressividade quase latente. A partir daí, os dois têm um relacionamento carregado de fetiches de autoridade e dor, onde o romance teima em surgir e deixar ambos confusos e desnorteados, especialmente Gray, que parece carregar um monte de traumas de infância e gostar de descontar tudo isso no corpo das suas jovens escravas sexuais. Isto é o enredo do filme, e eu tenho consciência que o livro é igual, mas a verdade é que não faz qualquer sentido, se tivermos em conta as reacções normais e expectáveis entre um homem e uma mulher...
Observe atentamente: primeiro, é quase impossível encontrar, hoje, uma jovem adulta totalmente inexperiente na cama e no sexo. Pode acontecer, é claro, mas é raro. O primeiro encontro entre ambos é igualmente algo que só poderia acontecer num livro: Anastasia, que deveria entrevistar Gray, está tão tensa e tímida que nem sabe o que está a fazer! E ele, um homem muito ocupado, dá dez minutos a uma jovem que não se preparou rigorosamente para a entrevista que queria fazer! Ele é um homem intenso, até brutal, que podia ter qualquer mulher, mas fica encantado pela menina mais insossa do planeta. Mesmo assim, não pretende um namoro normal, mas sim uma relação sexual e de posse, burocrática, bem definida em papel, esquecendo isso rapidamente quando o desejo e a paixão se tornaram incontroláveis. E tudo acontece numa fracção de... dias? Num dia está ela no escritório dele, sem saber o que lhe perguntar e, pouquíssimo tempo depois, está descontraidamente a conversar com a mãe dele como se já fosse parte da família. Nada disto faz sentido, mas isto é apenas um pouco dos absurdos de toda a história, comum ao filme e aos livros.
Dakota Johnson é perfeita para a personagem dela, na medida em que é uma mulher totalmente desinteressante, que podia passar despercebida aos olhares do mais ardoroso dos machos. Por sua vez, Jamie Dornan é simpático e amigável demais para ser Christian Gray. A sua personagem devia combinar harmonicamente a beleza e virilidade de um jovem adulto com uma personalidade mais madura e sombria que o normal na sua idade e alguma brutalidade e força de carácter. Atrevo-me até a pensar que o actor ideal para Gray devia ser (ou aparentar ser) ligeiramente mais velho que Dornan. O restante elenco está OK mas não tem espaço para fazer nada de verdadeiramente bom. Os diálogos são medonhos, e se tiveram origem no livro então fiz bem em não o ler.
Escusado será dizer, creio, que este filme é totalmente impróprio para crianças e adolescentes, dado o material erótico pesado e a linguagem usada. A nudez do filme é algo que os fãs consideraram residual, mas eu que consideraria demais se não tivesse em conta o material original no qual o filme. O filme tem bons valores de produção, começando com uma boa fotografia, bons adereços de cena (destacaria o famoso quarto vermelho e toda a sua parafernália), um trabalho de edição satisfatório e, acima de tudo, uma boa banda sonora, que fica no ouvido e tem boas canções (eu destacaria "Earned it" e "Love me Like You Do").
Resumindo: ao começar com mau material de fonte, o filme estava condenado à partida. A única coisa que fez o livro de E. L. James ser bom para o cinema foi a quantidade de cópias vendidas e a garantia absoluta que o filme ia vender igualmente.
Em 20 Feb 2020