Autor: Filipe Manuel Neto
**O que se pode dar a um homem que tem tudo?**
Nicholas Van Orton é um milionário orgulhoso e frio. Ele basicamente não tem vida fora do escritório, não liga nenhum a ninguém, não tem relacionamentos, não se apega às pessoas nem a nada que não seja o trabalho. Até o seu próprio aniversário passaria em brancas nuvens se o seu irmão Conrad não tivesse a gentileza de o comemorar com um almoço requintado e um estranho presente: um cartão com direito a entrar num jogo organizado por uma firma de lazer. Nada que amoleça o duro granito de Nicholas Van Orton, que quase é rude com quem tenta ser gentil com ele. Mas não se preocupe, caro leitor, porque ele vai pagá-las. De facto, quando o jogo começa tem tudo para ser sinistro. Não vou alongar-me para não estragar a surpresa. Veja o filme, que é melhor.
O filme é um thriller muito bem feito, com doses máximas de tensão e que vai crescendo rumo a um clímax fabuloso. Da primeira vez que o vi fiquei coladinho ao sofá e adorei. Só mais tarde percebi que o director, David Fincher, também fora o responsável pelo filme "Seven: Sete Pecados Mortais", que eu já tinha visto antes e tinha gostado. Michael Douglas funcionou às mil maravilhas como protagonista. Ele já tem experiência em filmes deste calibre, sabe fazer de durão e está à vontade com a acção, quando ela existe, portanto não foi um exercício interpretativo que me surpreendesse. O mérito do filme está mesmo na história que nos traz.
Sinceramente, quando descobri que o título deste filme, no Brasil, era "Vidas em Jogo", fiquei um bocado apalermado com o uso do plural. Mas é melhor não falar muito, porque os tradutores portugueses, de vez em quando, também dão com cada argolada que só visto...
Em 16 Feb 2018