Autor: Filipe Manuel Neto
**Longo, pesado, cansativo e desinteressante, mas ainda assim com valores de produção de grande apuro técnico.**
Este é o terceiro filme da franquia “A Guerra dos Macacos”, apenas mais uma franquia de cinema criada na era das franquias infindáveis e meticulosamente calculadas para dar alimento financeiro a uma indústria multimilionária. Eu tinha algumas esperanças acerca deste filme, afinal eu tinha apreciado os dois antecessores, mas eu já sabia que o material que ia ser servido era certamente mais pobre, mais barulhento e mais fraco… é um filme para arrecadar dinheiro, a qualidade da história contada pode perfeitamente ser esquecida.
Ao terminar de ver o filme, fiquei certo desta opinião: quase nunca me interessei de facto pelo que estava a ver, as personagens sentem-se vazias e dispensáveis, o filme coloca um muro de CGI entre o público e a história que vai contar, na tentativa de esconder os furos e falhas evidentes na escrita do argumento. Matt Reeves manteve-se firme na cadeira do director, mas cometeu falhas inaceitáveis após o bom trabalho que demonstrou nos filmes anteriores. O que se passou aqui? O director regrediu ou voltou aos bancos da escola de artes dramáticas? Mark Bomback também se mantém aos comandos do argumento, mas a intromissão do director e de outras pessoas parece ter causado danos irreparáveis a uma história que tinha muito potencial. E o que podemos dizer sobre a edição? Com um ritmo coxo e modorrento, o filme é lento e peganhento como melaço de três dias em Boston, e é o mais pesado e aborrecido dos filmes lançados pela franquia até agora (sendo que eu ainda não vi o filme que saiu depois deste).
Os valores de produção, e particularmente os efeitos especiais e caracterização, são quase os únicos campos aonde Reeves e a sua equipa mantiveram perfeitamente os seus méritos. Conseguindo manter o núcleo duro de trabalho, o filme foi capaz de continuar a mostrar-nos um mundo incrivelmente fascinante e tremendo, onde a raça humana foi reduzida à sua mínima expressão e é obrigada a conviver com símios tão inteligentes quanto ela, em tensa e incómoda convivialidade cheia de desconfianças mútuas. Com enormes cenas de acção, muito barulhentas e carregadas de efeitos sonoros, o filme oferece-nos batalhas em ambiente de selva e de ruína urbana que evocam aqueles filmes do Vietname, como “Full Metal Jacket” ou “Apocalypse Now”. A fotografia, o trabalho de filmagem e a concepção dos cenários e figurinos funcionou muito bem e a violência também está lá. O que falta aqui é a alma e comprometimento que fazem com que a violência seja eficaz, com que a acção envolva o público ao invés de apenas se observar, sem grande impacto ou interesse.
Falar de Andy Serkis leva-nos a sentir uma certa comiseração pelo actor: apesar de ele se ter tornado num mestre quando o assunto são personagens irreconhecíveis e de ter logrado alcançar um merecido estatuto de estrela de cinema, o actor merece muito mais atenção do que recebe e adoraria, um dia, vê-lo arriscar numa personagem a que pudesse dar um rosto mais semelhante ao seu próprio. Ao dar vida ao líder dos macacos, ele oferece-nos mais um trabalho impactante e grandioso em que se empenha de alma e coração, dando-se por inteiro a horas infindáveis de maquilhagem e de captura de movimentos em CGI. É o melhor actor presente em todo o filme e coloca na obscuridade o resto do elenco. De facto, Woody Harrelson ainda faz um esforço, com uma versão caricatural e surrealista de um vilão que já vimos em “Apocalypse Now”. No entanto, a personagem dele, e muito do esforço do actor, parecem ser pouco mais do que uma imitação, e é pena. O restante do elenco é… mera figuração. Especialmente aquela menina.
Em 13 Mar 2025
Autor: JackSparrowDepp
O Começo do Fim Para Matt Reeves
Depois de Planeta dos Macacos: O Confronto, com um título que possui guerra, a espectativa para esse filme não poderia ser mais alta, porem Matt abre mão de uma ação de alto nível do filme anterior para um drama fajuto que não convence o mais virgem dos cinéfilos, apesar dos efeitos visuais magníficos e da ótima atuação de Andy serkis, o filme se torna chato e repetitivo com cenas que pouco empolgam e um vilão caricato, uma decepção sem tamanho de fato.
Em 11 Apr 2025