Três Anúncios Para Um Crime

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Lançamento: 01 Dec 2017 | Categoria: Filmes

Três Anúncios Para Um Crime

Nome original: Three Billboards Outside Ebbing, Missouri

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Crime, Drama

Site:

Poster: Ver poster

Produção: Blueprint Pictures, Cutting Edge Group, Fox Searchlight Pictures, Film4 Productions

Sinopse

Inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby, responsável pela investigação.

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Três Anúncios Para Um Crime | Trailer Oficial | Legendado HD

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Melancólico, nostálgico, dramático e tenso, este filme foi muito bem feito e tem actores de grande nível, num trabalho de qualidade e mérito.** Este é um filme indubitavelmente tenso, em que a história de um crime de homicídio que não foi resolvido serve de pano de fundo para um drama muito mais profundo e elaborado, onde a mãe inconsolável da vítima procura, por todos os meios, forçar a polícia local a investigar a sério o que aconteceu à sua filha. Não é o primeiro filme onde a polícia passa por vilã, mas está longe de ser um filme ligeiro, com heróis simpático e vilões execráveis. O filme esforça-se por criar e destacar os matizes da trama e de cada uma das personagens. Lembro-me perfeitamente que este filme foi um dos pesos pesados da cerimónia dos Óscares de 2018, e um dos grandes candidatos ao Óscar de Melhor Filme. Não ganhou a estatueta, nem boa parte das indicações recebidas, mas saiu do Dolby Theather com dois prémios em categorias importantes: Melhor Actriz e Melhor Actor Secundário. Pessoalmente, acredito que o filme teria sido também um justo merecedor do prémio de Melhor Roteiro Original, posto que o diferencial do filme, para mim, é dar-nos um roteiro com uma história elegante e bem feita, com drama e profundidade, e em que cada personagem mereceu um olhar atento e um desenvolvimento interessante. O maior problema deste roteiro incrível acaba por ser, de facto, o final aberto e a sensação de que não dá ao público a conclusão que este espera ver. Não se trata de querer um final feliz… trata-se tão-somente de querer um ponto final e não apenas umas reticências. A reboque da história do crime não resolvido e dos cartazes que manda colocar, observamos a relação tensa e as incompreensões mútuas entre mãe e filha, e a forma como aquela mãe sente remorsos pela forma como agiu com a filha assassinada. Vemos como a polícia quer agir, mas não pode por falta de provas, por ser obrigada a seguir e não poder simplesmente prender tudo e todos ou tratar cada um como um suspeito. Vemos como homens honestos e potencialmente bons se podem perder, se não têm uma oportunidade de melhorar a sua conduta, e como há de facto pessoas empenhadas no seu trabalho, apesar das críticas que recebem. E vemos como, por vezes, a voz do povo pode ser mais cáustica e injusta do que qualquer outra. Martin McDonagh é um director novo, que muitos não conheciam bem antes deste filme. Eu já vira um filme dele anteriormente, *Em Bruges*, e ele realmente melhorou bastante, não só como director, mas até como roteirista. Frances McDormand brinda-nos com um desempenho completo, intenso, empenhado e poderoso, que nos prende do início ao fim do filme. Escusado será dizer que foi, provavelmente, o grande trabalho da vida dela, e que seria uma injustiça de proporções titânicas não o premiar com toda a justiça, como aconteceu. Mas ela não carrega o filme sozinha: também Woody Harrelson está muito bem aqui, numa personagem difícil e que dá ao filme uma densidade acrescida. Também ele nos deu, neste filme, o melhor de si mesmo. Mas ainda mais poderoso e intenso é o trabalho de Sam Rockwell, um actor que eu nunca havia visto trabalhar a este nível, e que foi verdadeiramente impressionante na forma como agarrou a personagem e lhe deu corpo e densidade. O filme conta ainda com colaborações satisfatórias de Peter Dinklage (actor que nem sempre foi bem tratado nos filmes onde entrou, apesar de ser muito bom naquilo que faz) e Caleb Jones. Tecnicamente, o filme é verdadeiramente um desfile de qualidade. Comecemos por observar a sua cinematografia elegante. Com um trabalho de filmagem primoroso e muito bem executado, o filme tem excelentes cores, nitidez, enquadramento e aproveita da melhor maneira os locais de filmagem bonitos onde foi feito. Gostei especialmente de algumas filmagens ao entardecer, em que a luz solar confere à cena uma nostalgia pungente. A edição foi igualmente bem feita e os cortes nem se fazem sentir. Os cenários foram muito bem feitos e estão cheios de detalhes, sendo que eu destacaria a esquadra de polícia ou a loja onde Mildred trabalha. Por fim, temos de falar da banda sonora, triste e introspectiva, assinada por Carter Burwell, e da inclusão sábia da canção *Last Rose of Summer* pela voz incrível de Renee Fleming, a cereja em cima do bolo naquelas cenas de abertura.

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