Autor: Filipe Manuel Neto
**Sobre-valorizado e quase pornográfico.**
Este filme gira em torno do misterioso assassinato de uma celebridade e a tentativa de descobrir o assassino. O principal suspeito é Catherine Tramell, uma escritora de ficção que escreveu um crime semelhante num livro. Mas ela é inteligente e manipuladora, e uma predadora sexual, pelo que não hesitará em seduzir o detective Nick Curran. O filme apresenta as memoráveis interpretações de Michael Douglas e Sharon Stone, no papel que a tornou famosa.
O roteiro é interessante mas está longe de ser perfeito. De facto, tem vários buracos, como o facto de ignorar completamente as evidências forenses do DNA. O crime, além disso, perde importância ao longo do filme, à medida que Tramell seduz Curran. No final, ninguém se lembra do tipo que morreu primeiro. As cenas mais quentes são muito coreografadas, parecem espectaculares e devem ter sido fortes quando o filme foi lançado. Basta lembrar a famosa cena do cruzar de pernas, a mais famosa do filme e uma das raras ocasiões em que a vagina de uma actriz aparece numa cena frontal sem nada a cobri-la. Stone parece bem no seu papel, embora tenha sido o único filme em que ela realmente brilhou. Douglas faz um bom polícia mas não constrói nenhuma química erótica com ela.
É um thriller erótico com ambições de filme policial, cujo conteúdo roça a pornografia de maneira perigosa. Muitas das cenas eróticas não eram necessárias e eram até dispensáveis, se o filme quisesse focar-se no crime. Teimosamente sobre-estimado por isso, não tem a qualidade que anuncia e promete.
Em 12 May 2018