Ed Wood

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Lançamento: 28 Sep 1994 | Categoria: Filmes

Ed Wood

Nome original: Ed Wood

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Comédia, Drama, História

Site:

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Produção: Touchstone Pictures

Sinopse

Um diretor ambicioso, porém problemático, se esforça ao máximo para realizar o seu sonho, apesar da falta de apoio.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Uma homenagem sincera ao homem e à obra, repleta de bizarrias, humor, polvos artificiais e angorá.** Há um tempo que desejava ver este filme e finalmente proporcionou-se a ocasião para o fazer. Dirigido de maneira muito inteligente por Tim Burton, é uma breve biografia que nos recorda a bizarra figura de Ed Wood, considerado o pior director que Hollywood já conheceu (apesar de esse título ser disputado por outros directores mais recentes). Já conhecia a figura de Ed Wood, já vi um ou dois dos seus filmes, e posso garantir que a fama se justifica: os filmes são do mais amador que se possa imaginar e a quantidade de erros e problemas é tamanha que até para o público geral fica evidente a inabilidade e ingenuidade do director. Não vou alongar-me neste ponto, basta-me acrescentar que este filme aborda a filmagem dos filmes “Glenn ou Glenda”, “A Noiva do Monstro” e “Plano 9”. Como é apanágio dos filmes de Burton, há certa dose de bizarria no filme, que faz a homenagem mais sincera à obra de Ed Wood. Nota-se, de modo implícito, certa simpatia ou admiração pelo director, que nunca granjeou a fama (pelo menos, positiva) e a quem o sucesso escapou. É um homem com uma visão e um sonho, mas sem qualquer capacidade para o atingir e que, mesmo assim, nunca desistiu. Johnny Depp foi uma escolha inteligente para o protagonista. O actor gosta de papéis e trabalhos fora do comum e retractou Wood de uma forma muito fiel, enfatizando o seu optimismo incorrigível e absolutamente cego, tal como o hábito de se vestir como uma mulher e os problemas que isso lhe trouxe para ser levado a sério. Há, na personagem, um certo fétiche bizarro sobre tecidos de angorá que não sei se foi real, mas se encaixou muito bem. Também gostei muito de Martin Landau, um veterano respeitabilíssimo que se encaixou maravilhosamente no papel de Bela Lugosi, o mítico actor de terror que foi esquecido pela indústria já no final da sua vida e sucumbiu a um vício em morfina e a uma depressão, e de Lisa Marie, que encarnou Maila Nurmi, actriz finlandesa famosa pela sua personagem Vampira. Sarah Jessica Parker também fez um trabalho impecável como namorada de Wood. Jeffrey Jones faz um bom trabalho como Criswell, um falso vidente famoso pelas suas aparições na televisão e Bill Murray aparece pouco, mas faz um trabalho digno sempre que é requisitado. O filme foi muito bem filmado a preto e branco, e acredito que isso se encaixou melhor no espírito do filme, e na forma como ele foi pensado. Há uma nitidez extraordinária e a cinematografia é muito trabalhada e estilisticamente rica. O filme brinca bastante com a quantidade de dificuldades que Wood encontrou para filmar e divulgar os seus filmes, e o total amadorismo com que o fez, e isso é engraçado e, ao mesmo tempo, comovente. Os cenários e figurinos são excelentes, convincentes, e a reprodução dos filmes foi bem feita e honra os originais. A banda sonora, assinada por Howard Shore, faz o resto e dá ao filme um tom bizarramente delicioso. Por fim, uma palavra para a abertura e o fim do filme, num estilo magnificamente enquadrado nas produções de terror baratas da época.

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