Autor: Alexandria Secular
Megan (2022) - Resenha
Sinopse
Uma brilhante roboticista de uma empresa de brinquedos usa inteligência artificial para desenvolver M3GAN, uma boneca realista programada para se relacionar emocionalmente com sua sobrinha recém-órfã. Mas quando a programação da boneca funciona muito bem, ela se torna superprotetora de sua nova amiga... com resultados aterrorizantes.
Depois de muito tempo sem assistir a um filme, tive a oportunidade de assistir Megan (2022) dirigido por Gerard Johnstone com história de James Wan, o comparativo com Annabelle (2014) e Boneco do Mal (2016) são inevitáveis, porém a premissa de M3GAN é bem diferente dos filme que acabei de citar, primeiro Annabelle e Boneco do Mal são filmes que envolvem o sobrenatural enquanto M3GAN trata-se de um robô com uma inteligência artificial que deixaria o J.A.R.V.I.S. do Homem de Ferro (2008) morrendo de inveja.
Apensar da premissa diferente que utiliza uma I.A como pretexto para o enredo se desenrolar e justificar tudo o que acontece, esse premissa que poderia ser melhor desenvolvida é na minha opinião o maior problema de M3GAN.
Para entendermos os problemas de M3GAN precisamos antes já que o filme se trata de robótica, lembramos das três leis da robótica que Isaac Asimov definiu em 1941.
As três Leis da Robótica são, na verdade, três regras ou princípios idealizados pelo escritor Isaac Asimov a fim de permitir o controle e limitar os comportamentos dos robôs que este trazia à existência em seus livros de ficção científica.
Asimov foi um prolífico escritor não apenas de ficção científica mas também de obras científicas, publicando ao todo mais de 500 livros e contos ao longo dos seus 52 anos de carreira; entre eles incluindo-se "Eu, Robô" e "Manual de Robótica, 56 Edição, 2058 d.C.
As três diretivas que Asimov fez implantarem-se nos "cérebros positrônicos" dos robôs em seus livros são:
1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Lei: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que entrem em conflito com a Primeira Lei.
3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Leis.
Mais tarde Asimov acrescentou a “Lei Zero”, acima de todas as outras: um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal.
M3GAN ignora essas leis completamente, sem falar que o filme não parece se preocupar em explicar como a programadora Gemma (Allison Williams) conseguiu o santo graal da inteligência artificial, digo isso pois M3GAN possui uma subjetividade incrível, ela mente, articula, dança, e compreende emoções humanas de uma forma que deixaria qualquer neurocientista perplexo, de fato a rede neural artificial de M3GAN é surpreendente, porém o filme não explora nada desse desenvolvimento, e ainda passa por cima das leis de Asimov sem dar qualquer explicação plausível para isso.
As atuações são boas, com destaque para Violet McGraw que também atuou em Doutor Sono (2019), A Maldição da Residência Hill (2018), Viúva Negra (2021), Jogador N° 1 (2018) já Allison Williams também faz um trabalho decente aqui, nada parecido com Corra! (2017) onde a atriz tambem atuou.
No final M3GAN desperdiça a chance de se diferenciar de Annabelle e Boneco do Mal com sua premissa diferente, porém perde a oportunidade em não explorar melhor o seu enredo, as motivações de M3GAN são deixadas de lado para dar lugar a cenas genéricas de pouco terror, se é que dá para chamar isso de terror... acredito que se o enredo tivesse sido melhor aproveitado, com as motivações que levaram M3GAN a fazer tudo que ela fez, o filme poderia ter se saído melhor, mas no fim foi completamente genérico.
Em 29 Jan 2023
Autor: Filipe Manuel Neto
**É um filme agradável, carrega uma mensagem anti-tecnológica pertinente, mas não é, nem de perto, um filme de terror.**
Antes de mais, permitam-me esclarecer uma coisa: filmes de terror têm o dever imperioso de nos assustar e incomodar. Tensão, ‘suspense’, medo e alguns sustos repentinos são algo que não deve faltar. É a essência do cinema de terror, certo? Então alguém pode explicar-me de onde surgiu a má ideia de fazer filmes de terror para adolescentes que nem têm idade para conduzir uma moto? Não me interpretem mal… o filme é bom e eu gostei, mas não posso considerá-lo um filme de terror. Não é capaz de assustar ninguém! Não tem sustos (nós somos capazes de os prever a quilómetros!), não tem tensão nem ‘suspense’. Como filme de terror, esqueçam. Como diz o povo, chove, mas não molha, entendem?
O roteiro começa com uma jovem menina que perde os pais num trágico acidente e vai viver com uma tia que trabalha numa grande corporação de brinquedos altamente tecnológicos. As coisas não são fáceis e nenhuma das duas está preparada para a situação. É nesse contexto que surge M3GAN, um protótipo de um brinquedo que é, basicamente, uma criança andróide que é capaz de aprender, de se aperfeiçoar, de ensinar e, basicamente, substituir os pais na tarefa cansativa de… serem pais. O problema é que, sendo uma máquina, não tem qualquer noção de bem ou mal, certo e errado, e isso parece ter sido um detalhe secundário na sua programação. Portanto, não há surpresa no facto de se transformar, rapidamente, numa criatura dissimulada e cínica que mata sem qualquer remorso.
O filme foi dirigido por Gerard Johnstone, um ilustre desconhecido. Quem está por trás do projecto é o produtor e argumentista James Wan, que conhecemos de “Saw” e “Conjuring 2”. A marca de Wan está em toda a parte. Teria sido melhor se tivesse sido ele a dirigir e o projecto tivesse evoluído para um filme mais sombrio, uma peça de terror para adultos. Allison Williams assegura bem a personagem principal, brindando-nos com mais um excelente trabalho. A actriz está a viver um momento feliz na vida profissional após ter brilhado em “Get Out” e parece estar a conseguir aproveitar bem as oportunidades. Amie Donald e Jenna Davis, por sua vez, dão corpo e voz (respectivamente) à boneca, complementando o trabalho com um boneco animatrónico criado para o efeito.
A boneca animatrónica não é novidade. O cinema usa este tipo de tecnologias há décadas, e o tubarão de Spielberg – um dos primeiros e mais infames exemplos – é prova disso. Todavia, os efeitos especiais e CGI estão de parabéns. O filme utiliza vários recursos visuais e digitais caros e de excelente efeito, complementando maravilhosamente o que foi feito em estúdio. O som (e particularmente os efeitos sonoros relacionados com a boneca) também merece um louvor, e a cinematografia, mesmo não trazendo novidades ou recursos inovadores, aproveita tudo isto da melhor forma. O filme tem bons figurinos e cenários convincentes, além de uma banda sonora muito boa, moderna e divertida. É na mesa de edição que as coisas correm mal: seja por culpa da duração excessiva, seja por querer atingir faixas etárias jovens, o filme foi mal editado e os cortes são grosseiros. Há até cenas do trailer que, por não estarem no corte final, dificultam a percepção da história: por exemplo, a cena onde Gemma manda M3EGAN proteger Cady, que aparece no trailer e foi cortada do filme, mas que ajudaria a entender porque a boneca passa a comportar-se daquela forma para proteger a sua jovem dona.
O único medo real que este filme transporta é a possibilidade credível de, a médio prazo, haver um qualquer brinquedo parecido com M3GAN. Os avanços na AI, na computação, na criação e “design” de robôs ou noutras tecnologias tornam-no plausível. Será que um dia teremos robôs e andróides que, pelas suas características, se considerarão vivos e, como tal, imortais e, por isso mesmo, superiores aos humanos que os criaram? Acho que ninguém quer ver isso. Por isso, o filme traz consigo uma mensagem de desconfiança na tecnologia, visível não só em M3GAN, mas também na dependência tecnológica de Cady. Não posso fazer outra coisa senão aplaudir: as gerações nascidas após o ano 2000 viram a sua infância dominada por telemóveis, iPads ou computadores, a ponto de desprezarem jogos e brinquedos convencionais e de se alhearem do convívio, normal e sadio, com outras crianças. Não estou a inventar, isto é um facto que todos podemos ver numa curta viagem a qualquer escola. E se há pais que agradecem a criação de dispositivos que mantenham os seus filhos ocupados, eu sou do grupo dos pais que encaram a tecnologia como algo que devia ser doseado de modo mais comedido, permitindo às crianças uma infância normal antes de as apresentarem ao mundo digital e tecnológico. Acho que há na vida um tempo para tudo, e a infância não deve ser passada a olhar para ecrãs e LCD’s.
Em 27 May 2023
Autor: Rosana Botafogo
**English**
I need a Megan to take care of my goddaughter and me, lol, and especially of the inconvenient people, she records, films and even sings ''Firework'' to lull them to sleep... The final fight reminded me so much of Chucky S2, that must be exactly why I fell in love with Megan, at first sight, how could I not love her... A lovely atmosphere of tension amidst the girl's drama over the loss of her parents, good fights between the little doll and her tormentors, there's even room for an equally cute sequel... Simply adorable...
**Portuguese**
Preciso de uma Megan, para cuidar da minha afilhada e de mim, kkkk, e principalmente das pessoas inconvenientes, grava, filma e ainda canta ''Firework'' para ninar… O embate final me lembrou tanto Chucky S2, deve ser exatamente por isso senti paixão por Megan, a primeira vista, como não amar... Adorável clima de tensão em meio ao drama da guria na perda dos pais, bons embates entre a bonequinha e seus algozes, cabe até uma sequência igualmente fofinha… Simplesmente adorável...
Em 04 Aug 2024
Autor: Rosana Botafogo
**English**
I need a Megan to take care of my goddaughter and me, lol, and especially of the inconvenient people, she records, films and even sings ''Firework'' to lull them to sleep... The final fight reminded me so much of Chucky S2, that must be exactly why I fell in love with Megan, at first sight, how could I not love her... A lovely atmosphere of tension amidst the girl's drama over the loss of her parents, good fights between the little doll and her tormentors, there's even room for an equally cute sequel... Simply adorable...
**Portuguese**
Preciso de uma Megan, para cuidar da minha afilhada e de mim, kkkk, e principalmente das pessoas inconvenientes, grava, filma e ainda canta ''Firework'' para ninar… O embate final me lembrou tanto Chucky S2, deve ser exatamente por isso senti paixão por Megan, a primeira vista, como não amar... Adorável clima de tensão em meio ao drama da guria na perda dos pais, bons embates entre a bonequinha e seus algozes, cabe até uma sequência igualmente fofinha… Simplesmente adorável...
Em 04 Aug 2024