Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma melhoria em relação ao primeiro filme, mas ainda muito distante do que foi "Senhor dos Anéis".**
Este filme continua a trilogia "O Hobbit", que é uma prequela de "O Senhor dos Anéis". No entanto, após o duro fracasso do primeiro filme, com óbvios exageros CGI, cinematografia miseravelmente básica e várias falhas relativas aos actores, foi difícil fazer pior com um orçamento milionário. Assim, "Desolação de Smaug" é uma melhoria geral sem fazer milagres. Neste filme, a companhia de Thorin finalmente alcança a Montanha Solitária, depois de algumas dificuldades com os elfos e uma visita forçada à Cidade do Lago. No entanto, forças cada vez mais poderosas manobram nas sombras e cobiçam o ouro dos anões sem que eles saibam.
Eu não posso comentar sobre como Peter Jackson e a sua equipa adaptaram o material original de J.R.R. Tolkien porque eu nunca li isso. Os actores estavam bem. Ian McKellen interpreta Gandalf sem muitas novidades para adicionar. Martin Freeman continua a parecer um Bilbo sólido e desempenha o seu papel sem grandes falhas, o mesmo podendo ser dito de Richard Armitage (Thorin). Este actor faz um excelente desempenho, mostrando a mudança gradual da personagem, cada vez mais egoísta e insensível. Orlando Bloom volta ao papel de Legolas, mas parece muito mais impessoal, mecânico e duro do que era. Evangeline Lilly parece excelente como Tauriel, assim como Lee Pace, impecável no papel de Thranduil, a quem a infelicidade dos anões nunca comove. Smaug, o dragão, não é representado por nenhum actor, é uma criação computorizada, mas é uma personagem bem pensada, com uma personalidade cruel e egoísta. As cenas de acção são abundantes, mas continuam a sofrer com a cinematografia incompetente e um abuso lamentável de efeitos especiais que tornam tudo artificial, sem sentido e desprovido de emoções. A banda sonora, de Howard Shore, é poderosa, impactante e atende às expectativas do público.
"Desolação de Smaug" não é necessariamente mau, é ainda melhor que o primeiro filme. Mas ainda parece um filme de espectáculo, cheio de ruído de fundo, impessoal, artificial e incapaz de alcançar o público. A sensação de perigo, a emoção, tudo o que fez de "O Senhor dos Anéis" uma trilogia de sucesso, desapareceu e só volta a surgir em cenas muito precisas.
Em 29 Apr 2018