Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma boa adaptação do livro original.**
Com base no best-seller homónimo de Dan Brown, este filme começa no Museu do Louvre, onde um crime e várias pistas escondidas nas obras de Da Vinci levam o simbologista Robert Langdon a uma inesperada caça ao tesouro na qual vai ser perseguido pela polícia francesa e terá a ajuda da neta do falecido conservador do museu. Dirigido por Ron Howard, tem um elenco liderado por Tom Hanks e Audrey Tautou.
O cinema sempre teve dificuldade em agradar ao público quando faz a adaptação de uma obra literária conhecida. Para mim, um ávido leitor, um filme raramente pode ser melhor que o livro original. Há sempre capítulos que são cortados ou adaptados de maneira menos bem conseguida. Mas isso não significa que o filme é mau (bem, às vezes é mesmo, mas isso são outros problemas). Neste caso em concreto, a adaptação não é má, seguindo de modo fiel o livro original. E isso é essencial.
Os actores são excelentes e foram bastante bons nos seus papéis. Apesar de algumas pequenas falhas, brilharam e deram credibilidade às suas personagens. Tom Hanks e Audrey Tautou conseguiram dar alma, engenho e charme a Langdon e a Sophie Neveu, conseguindo prender a atenção do público nalgumas cenas sem nunca se afirmaram como um casal porque, na verdade, não o eram. Ian McKellen já é um veterano e, como esperado, foi impecável no papel do académico Sir Leigh, uma personagem a quem ele soube dar grande vivacidade com uma grandiosa dicção e maneiras muito britânicas. Paul Bettany surpreendeu-me no papel do monge albino Silas, um fanático religioso. Quem viu o actor, como eu, noutros trabalhos, dificilmente o irá reconhecer aqui. Finalmente, uma palavra de louvor para Jean Reno, que volta novamente a fazer de polícia (ele já o fez noutros filmes, como "Os Crimes dos Rios de Púrpura"). É um bom actor francês, mas se continuar a ter este tipo de personagens e de papéis dificilmente irá ganhar versatilidade, além de ficar a modos que "rotulado". Os efeitos especiais, visuais e sonoros foram excelentes mas discretos. A fotografia, um pouco escura e nebulosa, contribuiu para engrossar o ambiente misterioso em que o filme se desenrola e para aumentar o suspense nas horas certas. A banda sonora, assinada por Hans Zimmer, foi perfeita e fica no ouvido.
Em conclusão: o filme é bom e é fiel ao livro original mas, para apreciá-lo correctamente, temos que resistir a fazer comparações. Se compararmos com o livro, o filme irá certamente perder.
Em 24 Feb 2018