Trainspotting: Sem Limites

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Lançamento: 23 Feb 1996 | Categoria: Filmes

Trainspotting: Sem Limites

Nome original: Trainspotting

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Drama, Crime

Site:

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Produção: Figment Films, The Noel Gay Motion Picture Company, Channel Four Films

Sinopse

Em Edimburgo, na Escócia, vive Renton (Ewan McGregor), um jovem usuário de heroína que leva uma vida despreocupada, dividindo-se entre seu romance com a estudante colegial Diane (Kelly Macdonald) e os encontros com seus quatro amigos viciados: Sick Boy, (Jonny Lee Miller), um imoral desenhista de HQs fanático por Sean Connery; Tommy (Kevin McKidd), um atleta responsável; Spud (Ewen Bremner), um bobalhão de bom coração e Begbie (Robert Carlyle), um violento sociopata.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Um filme muito mal apreciado e incompreendido, que usa humor irónico para veícular uma mensagem séria e dramática contra o uso de drogas.** Confesso que comecei a ver este filme com poucas espectativas acerca dele. Eu sabia que era um dos filmes mais aclamados do cinema, para muitos. Mesmo assim, não me deixei entusiasmar com isso. E acabei apreciando o estilo do filme. O roteiro acompanha a trajectória marginal de um grupo de jovens dos subúrbios escoceses. Todos, de uma forma ou doutra, estão ligados ao consumo de drogas pesadas e à criminalidade. E todos, de uma forma ou de outra, pagam por isso. Pensado como um filme leve, é mais sério do que aparenta e aborda temas fortes de uma forma inovadora e inteligente. Ao contrário do que muita gente pensou, o filme não é de todo uma comédia nem tampouco perpassa uma visão favorável do mundo das drogas. Muito pelo contrário. O filme é muito mais sério, há momentos verdadeiramente trágicos (como o bebé que morre, quase simbolizando todos os inocentes, que sofrem e são vítimas indirectas da droga, pela mão daqueles que se envolvem e viciam na droga) e uma mensagem clara anti-drogas ao mostrar a forma como cada jovem sofre as consequências: anos na prisão, a morte... Apesar de o uso de drogas ser claramente mostrado como recreativo no filme, e os personagens terem prazer nas drogas, o filme mostra também como as suas vidas (e as das pessoas que os amam) são arruinadas pelo vício. As personagens são complexas e intensas. Cada uma tem a suas características e perfil psicológico. Os diálogos são excelentes e o uso de um sotaque escocês carregado por actores escoceses confere-lhe alguma autenticidade e originalidade. Ewan McGregor conseguiu aqui o seu trampolim para um merecido estrelato, e podia não ter sido o actor de renome que é hoje se não tivesse participado neste filme. Com uma personagem controversa e desagradável, ele é o astro do filme. Junto dele, vários actores que tiveram, cada um à sua maneira, oportunidade e talento para brilhar: Ewen Bremner, Robert Carlyle, Kevin McKidd, Kelly Macdonald, Jonny Lee Miller... há espaço para cada um se destacar nas horas certas, e acredito que as carreiras de cada um tiraram o devido proveito disso. Tecnicamente, o filme é impecável. Sem nunca tirar o foco da história contada ou exagerar pondo o estilo à frente do conteúdo, o filme apresenta recursos inovadores ao nível da fotografia, dos ângulos de filmagem e da banda sonora, por muitos considerada uma das mais interessantes do cinema contemporâneo, com faixas de Iggy Pop, Lou Reed, New Order e outros nomes do rock.

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