Autor: Filipe Manuel Neto
Não é todos os dias que se faz história do cinema. Mas naquele dia 7 de Outubro de 1962 isso realmente aconteceu, com a estreia de Dr. No, o primeiro filme da longa franquia 007. No seu primeiro filme, o agente britânico vai às Bahamas para investigar o misterioso Dr. No, que pensava ser responsável pelo desaparecimento de várias pessoas, incluindo outro agente secreto.
Vamos concordar numa coisa: foi um começo humilde para Bond. Não há grandes engenhocas de partir o coco a rir, não há grandes efeitos especiais como agora... o que não podia era faltar uma mulher atraente. Ursula Andress ficou para a história como a primeira "Bondgirl", e tem sido alvo de homenagens diversas, até teve direito a ser imitada, a sair da água, por Halle Berry, quando coube a esta actriz a honra de se deitar na cama do agente secreto mais famoso (e mais promíscuo) do mundo. Outro actor profundamente marcado por este filme foi Sir Sean Connery, a ponto de ele ainda hoje viver precisamente nas Bahamas a sua vida tranquila, de actor multimilionário reformado do cinema. Uma coisa ninguém lhe tira... ele será sempre o prumo, o fiel da balança para "medir" as qualidades dos novos James Bond. Bernard Lee e Lois Maxwell também começaram aqui a passagem deles pela franquia como M, chefe do MI6, e a fiel secretária Miss Moneypenny.
Deste filme eu salientaria dois ou três momentos dignos de antologia. O primeiro já o disse: Ursula Andress, de biquini, a sair da água sensualmente, como um verdadeiro "baptismo de bondgirl". O segundo, claro, é a primeira aparição de Connery, a uma mesa do baccarat e com um smooking impecável, dizendo (como não podia deixar de dizer) "Bond ... James Bond". Icónico. Desde então, esta tem sido uma forma de apresentação que todos (mesmo aqueles que não apreciam a personagem) associam ao 007. Este filme, apesar de ser mais simples e não ter o aparelho comercial dos próximos filmes, ainda é um clássico que está no coração de qualquer fã de James Bond.
Em 16 Feb 2018