Autor: Filipe Manuel Neto
**Mais um filme sobre o Apocalipse Zombie.**
Eu percebi imediatamente, só ao ver o trailer, que este era mais um filme pós-apocalíptico onde um individuo, de alguma forma, sobrevive ou tenta lutar contra uma doença que exterminou a raça humana quase na totalidade. Não sou fã deste tipo de filmes, pois são geralmente parados e dão-me sono. Mesmo assim, decidi ver para confirmar a ideia pré-concebida que tinha.
O filme é, essencialmente, Will Smith a circular por uma Nova Iorque abandonada enquanto conversa com uma amigável cadela. A forma como o filme começa gera impacto e prende-nos, mas o que ainda nos prende mais é ver a forma como Smith convive e se liga emocionalmente à sua companheira canina, que é totalmente adorável. O actor é bom, e faz um trabalho satisfatório. A ameaça que ele tenta conter sempre me pareceu um pouco irrealista, dentro da linha do "apocalipse zombie" que é comum a vários filmes e esteve na moda, mas que já não tem nada de novo e, sinceramente, se tornou cansativo. O filme é melhor quando Smith e a cadela vagueiam sozinhos do que quando todos os zombies entram em cena, dispostos a comer-lhes o cérebro. À medida que o filme se desenvolve, piora. A chegada de mais personagens do Brasil ainda é mais estranha que tudo o resto.
Tecnicamente, gostei muito dos grandes planos da cidade deserta e ao abandono, e dos cenários e adereços bem elaborados e feitos de modo convincente. A banda sonora é algo sinistra e funciona bem, tendo em conta o ambiente e o tema.
Em 14 Mar 2020
