Autor: Filipe Manuel Neto
**Da Rússia, com amor.**
No segundo filme da franquia 007, o agente britânico James Bond é o alvo de uma conspiração da organização criminosa SPECTRE, que planeia assassiná-lo usando as forças soviéticas como engodo, em especial uma bela e ingénua agente russa.
Pela boca morre o peixe, lá diz o ditado, e se há um chamariz a que Bond dificilmente resiste é a mais uma mulher atraente para a sua colecção de conquistas. O filme decorre no contexto da Guerra Fria, um conflito onde, como sabemos, os jogos entre espiões realmente aconteceram. Assim, boa parte deste enredo, nomeadamente os jogos de gato e rato entre os britânicos e os soviéticos, possui verosimilhança. O que não é tão credível é a ideia de que estes últimos possam estar a ser manipulados por uma qualquer organização secreta de crime organizado mundial, como se sugere que a SPECTRE é... mas para compreender isso temos de ter em conta que todos os filmes de Bond têm raízes nos romances de Ian Fleming, que foi realmente um agente dos Serviços de Inteligência Navais durante a Segunda Guerra Mundial, tendo-se inspirado em Dusko Popov, um boémio agente duplo que estava em Lisboa e com quem ele colaborou, para criar James Bond.
Dirigido por Terence Young e novamente com Sean Connery no papel principal, o filme conta com Daniela Bianchi no papel da bondgirl Tatiana. A actriz faz um trabalho bem feito, principalmente se tivermos em conta que ela é só uma miúda de 21 anos. Aliás, ela continua a ser até hoje a mais jovem de todas as Bondgirls. Um detalhe que poucas pessoas sabem é que a actriz tinha um sotaque italiano tão forte que a produção optou por dobrá-la. O filme conta ainda com a notável participação de Lotte Lenya, no papel de Rosa Klebb, uma das principais vilãs, e de Pedro Armendáriz. Desmond Llewelyn marca também a sua estreia nos filmes de 007 como Q, o chefe da divisão de armas e equipamento do MI-6.
Em 16 Feb 2018