Autor: Filipe Manuel Neto
**Uma comédia brejeira para ver sozinho ou com amigos.**
Nesta comédia, bastante adulta quanto mais não seja pelo tema, acompanhamos as tentativas de um grupo de colegas de trabalho para conseguir que um dos colegas, mais tímido, mas já com quarenta anos, perca a sua virgindade. É um enredo muito simples, voltado totalmente para a comédia fácil, por vezes bastante brejeira. Não é o tipo de filme que eu recomendo para ver com a mãe ou a avó ao lado, mas é excelente para um grupo de amigos.
O enredo é, de facto, tão básico que eu receio fazer spoil se revelar mais do que aquilo que eu já disse mais acima. É um filme bastante directo, sem rodeios, onde o tema do sexo, e da forma como encaramos o sexo, é abordado sem tabus nem complicações para, afinal de contas, provar a importância e a relevância do amor e o quão vazio pode ser o sexo pelo sexo. Suponho ser essa a grande mensagem do filme.
O filme assenta inteiramente sobre os ombros de Steve Carell, actor cómico particularmente hábil e agradável, que parece divertir-se a sério enquanto interpreta a personagem. Tive pena de o filme não ter, nos créditos finais, cenas cortadas ou não editadas com os melhores fails das filmagens, como algumas comédias fazem. Teria sido, seguramente, uma forma de terminar este filme muito mais apelativa e interessante do que aquela interminável canção *Age of Aquarius*. O filme conta ainda com uma boa participação de Catherine Keener, mas o restante elenco vai-se limitando a dar apoio a estes dois actores.
Tecnicamente, é um filme discreto, que deixa que seja a comédia a dominar e a chamar toda a nossa atenção. Portanto, a cinematografia é bastante rotineira, os cenários e figurinos são o que se poderia esperar, e a banda sonora nem sempre é agradável (eu já mencionei que não gostei da canção final), mas isso não é mau, pelo contrário, dá espaço para que nos concentremos no que é essencial: o riso e o entretenimento.
Em 14 Mar 2021