Autor: Filipe Manuel Neto
**Um homem, uma mulher e um violoncelo.**
Dirigido por John Glen e produzido por Albert Broccoli, é o décimo quinto filme da franquia. Pela primeira vez, Timothy Dalton deu corpo e vida a James Bond, que vai ajudar na deserção de um general russo que, em Londres, fala de uma política agressiva contra espiões por parte da URSS. No entanto, depois de conhecer a namorada do general, Bond descobre que a deserção não era mais que teatro e há alguém interessado em desencadear uma nova guerra mundial. Neste filme, além do elenco central e da chegada de Timothy Dalton, pela primeira vez, ao papel de James Bond, temos Maryam d'Abo no papel da bondgirl Kara Milovy, Jeroen Krabbé como General Koskov, John Rhys-Davies como General Pushkin e Art Malik como Kamran Shah.
Dalton é um bom actor mas era tão diferente do educado e cortês Moore que não foi fácil para nós vê-lo como 007. Difícil, violento e sedutor no momento certo, o actor conseguiu dar um novo ímpeto ao espião e levar Bond para os anos Oitenta. E embora Maryam d'Abo não se adapte ao padrão normal das Bondgirls (super atraente, curvilíneo e fatalmente sexy), é impossível não achar que os modos delicados, gentis e amorosos dela se misturam muito bem com o vigoroso e viril Bond de Dalton. O roteiro é muito interessante e aborda questões ainda presentes na nossa sociedade como o medo de uma nova guerra mundial ou o tráfico de armas por exemplo. Algumas cenas do filme são icónicas, como a fuga de Bond e Kara para a fronteira da Áustria dentro de uma caixa de violoncelo. Também é óptimo o tema de abertura, que considero um dos melhores da franquia.
Em 19 Feb 2018