Autor: Filipe Manuel Neto
**A saída de Dalton**
Dirigido por John Glen e produzido por Albert Broccoli, é o décimo sexto filme da franquia. Neste filme, James Bond persegue os assassinos de Felix Leiter, contra as ordens directas de Londres. A busca de vingança leva-lo-á às Caraíbas, onde enfrentará um grande barão da droga. Além do elenco central, Carey Lowell interpreta a bondgirl Pam Bouvier, Talisa Soto dá vida a Lupe, David Hedison interpreta Felix Leiter, Anthony Zerbe dá vida a Milton Krest e Robert Davi é o vilão, Franz Sanchez.
Esta é provavelmente a melhor contribuição de Timothy Dalton para a franquia. O actor encarnou verdadeiramente o espírito vingativo e leal de Bond, dando realismo a cada cena de acção. Este é um Bond que tem pouco a ver com o cavalheiro Roger Moore e que se assemelha um pouco ao matador machista de Sean Connery. Definitivamente, é um assassino implacável treinado para matar e quem mata sem problemas. A coisa mais interessante neste roteiro é colocar Bond, pela primeira vez, num dilema de lealdade: deve ser leal ao seu amigo e vingá-lo ou permanecer leal à sua bandeira e seguir ordens? A situação mais parecida que vimos até agora foi a renúncia que Bond apresentou a M em "Ao Serviço de Sua Majestade" mas, se considerarmos que foi salvo por Miss Moneypenny, acaba por não ser um conflito real. Podemos assim dizer que Dalton fechou da melhor forma a sua participação na franquia, já que este foi o último filme dele como Bond.
Também gostei da abordagem do filme à luta antidrogas, um tópico que não era visto nos filmes de Bond desde "Vive e Deixa Morrer" e que foi abordado com realismo e pertinência. Abordou também, mas de forma mais discreta, o uso de cultos e novas religiões para fins duvidosos ou a corrupção maciça dos governos na América Latina. Uma sequência particularmente bem feita é a luta final. O tema de abertura, cantado por Gladys Night, é notável.
Em 19 Feb 2018