Autor: Pedro Quintão
Quando soube que o realizador de The Invisible Man (2020) estava por trás de Wolf Man, as expectativas dispararam. Afinal, The Invisible Man foi uma obra que revitalizou o género do thriller de terror em 2020, misturando tensão e crítica social com um toque moderno e criativo. Infelizmente, essa promessa não se concretizou em Wolf Man, que é um filme morno e desinspirado.
A narrativa é focada numa mãe e filha que começam a lidar com comportamentos estranhos do pai da família após este ser atacado por uma criatura misteriosa. À primeira vista, parece um conceito simples, com potencial para explorar o terror psicológico e dilemas familiares profundos. Contudo, nada disso acontece. A história progride de forma previsível, sem apresentar nada de novo ou reviravolta que nos prenda ao ecrã (ele tenta dar uma pequena surpresa a meio do filme, mas que é absolutamente previsível). É como se os argumentistas tivessem escrito tudo sem paixão ou criatividade, resultando num filme que parece ter sido escrito com recurso ao ChatGPT.
A trama nunca sai do lugar. Até o terceiro ato, que deveria ser o clímax da história, é insípido e sem impacto. Em vez de surpreender ou cativar, opta pelo banal, encerrando o filme de forma tão desinteressante que é difícil sequer lembrar-me de como realmente terminou.
No que diz respeito ao segmento técnico, a maquilhagem de Christopher Abbott durante a transformação em lobisomem é um ponto positivo, mas mesmo isso não salva o filme. A cena em que o protagonista finalmente se transforma, que deveria ser um dos momentos altos, é incrivelmente desinspirada. Sem emoção, sem tensão, sem nada que se destaque. É impossível catalogar Wolf Man como body horror, pois falta-lhe a intensidade visual e visceral que esse subgénero exige.
O maior problema desta produção é a sua falta de identidade. Não é um filme terrível, mas também não é memorável. Não assusta, não emociona, não impressiona. Não vale o preço cada vez mais elevado de um bilhete de cinema. É o tipo de produção que teria sido melhor recebida se fosse lançada diretamente em streaming, onde expectativas são mais baixas e a experiência menos dispendiosa.
Em suma, é um filme que joga pelo seguro e até nisso falha falha. Não tem alma, não tem criatividade e não justifica o envolvimento de um realizador que já provou ser capaz de muito mais. Para quem esperava um sucessor digno de The Invisible Man, é uma grande desilusão.
Em 20 Jan 2025
Autor: Pedro Quintão
Quando soube que o realizador de The Invisible Man (2020) estava por trás de Wolf Man, as expectativas dispararam. Afinal, The Invisible Man foi uma obra que revitalizou o género do thriller de terror em 2020, misturando tensão e crítica social com um toque moderno e criativo. Infelizmente, essa promessa não se concretizou em Wolf Man, que é um filme morno e desinspirado.
A narrativa é focada numa mãe e filha que começam a lidar com comportamentos estranhos do pai da família após este ser atacado por uma criatura misteriosa. À primeira vista, parece um conceito simples, com potencial para explorar o terror psicológico e dilemas familiares profundos. Contudo, nada disso acontece. A história progride de forma previsível, sem apresentar nada de novo ou reviravolta que nos prenda ao ecrã (ele tenta dar uma pequena surpresa a meio do filme, mas que é absolutamente previsível). É como se os argumentistas tivessem escrito tudo sem paixão ou criatividade, resultando num filme que parece ter sido escrito com recurso ao ChatGPT.
A trama nunca sai do lugar. Até o terceiro ato, que deveria ser o clímax da história, é insípido e sem impacto. Em vez de surpreender ou cativar, opta pelo banal, encerrando o filme de forma tão desinteressante que é difícil sequer lembrar-me de como realmente terminou.
No que diz respeito ao segmento técnico, a maquilhagem de Christopher Abbott durante a transformação em lobisomem é um ponto positivo, mas mesmo isso não salva o filme. A cena em que o protagonista finalmente se transforma, que deveria ser um dos momentos altos, é incrivelmente desinspirada. Sem emoção, sem tensão, sem nada que se destaque. É impossível catalogar Wolf Man como body horror, pois falta-lhe a intensidade visual e visceral que esse subgénero exige.
O maior problema desta produção é a sua falta de identidade. Não é um filme terrível, mas também não é memorável. Não assusta, não emociona, não impressiona. Não vale o preço cada vez mais elevado de um bilhete de cinema. É o tipo de produção que teria sido melhor recebida se fosse lançada diretamente em streaming, onde expectativas são mais baixas e a experiência menos dispendiosa.
Em suma, é um filme que joga pelo seguro e até nisso falha falha. Não tem alma, não tem criatividade e não justifica o envolvimento de um realizador que já provou ser capaz de muito mais. Para quem esperava um sucessor digno de The Invisible Man, é uma grande desilusão.
Em 20 Jan 2025