Autor: Filipe Manuel Neto
**Feito para vender bem e depressa, não tem muita qualidade do ponto de vista da história que conta.**
Não há como negar: os zombies estão na moda, muito por causa de algumas séries de TV bem sucedidas. E Hollywood não escapou à invasão. Este filme é, basicamente, uma guerra contra os zombies, que surgem do nada e infestam o mundo.
O roteiro é pobre: vindo do nada e sem razão ou explicação, o mundo é assolado por um apocalipse zombie. Gerry Lane consegue salvar a sua família a muito custo, mas acaba tendo de recorrer ao apoio das Nações Unidas, que aproveitam para o recrutar, quase à força, para uma missão na Coreia, local onde se presume que começou a infestação zombie. A partir daí, nós basicamente corremos pelo mundo, assistindo à sua destruição, em contraste com as tentativas desesperadas para o salvar, por parte da personagem principal. Não há um roteiro funcional, e a história acaba por se tornar uma viagem à volta do mundo em meio ao caos.
As personagens são mal construídas. Não sabemos nada, são meras figuras para uma história feita para ser veloz e cheia de acção, como um blockbuster comum. Por isso, há pouco material para os actores brilharem, e nem Brad Pitt escapa a uma má prestação. O filme só melhora nos aspectos mais técnicos, onde é excelente. Há muito dinheiro envolvido neste filme, de muito alto orçamento, pelo que podemos ver os melhores efeitos especiais e sonoros, grandes efeitos visuais e CGI de alta qualidade, para além de uma caracterização cuidada, especialmente dos zombies. Os figurinos e cenários também foram muito bem pensados.
Pensado para vender rapidamente, o filme conta com Brad Pitt (ele vende um filme razoavelmente bem), zombies (estão na moda) e muita acção e algum gore para fazer sucesso nas bilheteiras. Por muito pouca qualidade que possa ter do ponto de vista da arte e da história contada, é um filme para vender rapidamente, arrecadar uma boa quantia em dinheiro e, sob esse ponto de vista, funcionou bem para a indústria.
Em 07 Apr 2019
