Autor: Filipe Manuel Neto
**Não vejam este filme: perigo de perda de tempo.**
Caro leitor, começo com um desafio: pense em sequelas de grandes filmes. Não faltam grandes e valorosos nomes, que de resto contradizem a ideia geral de que as sequelas são filmes falhos e fadados ao fracasso, certo? Mas também há o reverso da medalha, e uma longa lista de nomes que deram força a essa crença instalada. Este filme é, realmente, um excelente candidato para uma vaga na desonrosa lista das piores sequelas já lançadas!
Podem dizer o que quiserem, “Highlander” foi um filme que, apesar das críticas e fraquezas (eu não me poupei a elencá-las na crítica que escrevi para ele), funcionou maravilhosamente e deu ao público puro entretenimento. Este filme, todavia, ignora-o completamente, contradiz toda a história do filme original e dá-nos… uma hora e meia de lixo que envolve coisas tão disparatadas como uma ameaça de extinção devido ao desaparecimento da camada de ozono e o regresso de personagens que, efectivamente, morreram no primeiro filme, porque vieram de uma outra dimensão convenientemente criada para o efeito! Os fãs do primeiro filme vaiaram-no com toda a legitimidade, condenando-o ao esquecimento.
Creio que todos os envolvidos, do director aos actores, preferem ignorar esta humilhação a que se prestaram por um bom pagamento. Sean Connery, por exemplo, parece estar a parodiar-se a si mesmo, e Christopher Lambert parece artificial e inverosímil quando velho. Apesar da lista de actores incluir outros nomes relativamente respeitáveis, não há aqui um único actor capaz de valer a pena o esforço doloroso de ver o filme… e acredite, eu vi-o inteiro e senti que teria feito melhor uso do meu tempo vendo o filme dos Teletubbies.
Em 10 Oct 2022