Autor: Filipe Manuel Neto
**Entre saltos e tropeços, o filme desembaraça-se com alguma desenvoltura.**
O que seria possível se todos nos pudéssemos teletransportar ao sabor da nossa vontade? Seria o caos. Por alguma razão, Deus, ou quem você quiser, não o quis possibilitar aos humanos. Esta é a crença dos Paladinos, que perseguem e matam os “Saltadores”, indivíduos que conseguem, de facto, viajar entre lugares diferentes num piscar de olhos.
O filme começa com uma premissa muito boa e teria sido um filme para adolescentes notável, se não fosse a má concretização prática de tudo isso. O filme é bonito, e o roteiro é bom, com uma boa história… mas as coisas parecem simplesmente imaginativas demais, e o uso excessivo de CGI e tela verde não ajudam a atenuar essa sensação, muito pelo contrário.
Hayden Christiansen assegura o protagonista com eficácia, para não dizer talento. Ele não tem grandes semelhanças como que nós vimos em “Star Wars”, ele consegue fazer-nos esquecer o que já vimos dele e dar-nos alguma coisa boa aqui. Infelizmente, não há ninguém no elenco que o consiga acompanhar! Claro, com excepção do veterano e impecável Samuel L. Jackson, ainda que a sua personagem seja algo cliché, e o actor por vezes pareça limitar-se a dar-nos uma visão mais sombria e fria do “seu” Nick Fury.
Apesar das fraquezas, dos clichés e da fragilidade de alguns pontos e valores de produção, não é um filme difícil de recomendar: ele realmente entretém bem o seu público e, para quem não o tiver visto ou não souber muito acerca dele, pode ser verdadeiramente uma boa surpresa.
Em 31 Jan 2023