Autor: Filipe Manuel Neto
**Um filme clássico da Disney, ou apenas um filme antigo do estúdio?**
Sinceramente, tenho dúvidas se este pequeno filme de animação pode ou não ser considerado um dos clássicos da Disney. É antigo e tem qualidade, é realmente um bom filme para ver com as crianças, sem qualquer contra-indicação, mas eu sempre o encarei como um trabalho pouco conhecido do grande público, e cheguei até a pensar que a própria Disney nunca pareceu muito disposta a fazer o público recordar-se dele… por isso, deixo a pergunta: até que ponto basta ser antigo para ser um filme clássico?
O filme é uma recontagem do velho conto do Rei Artur: aqui, o rei é uma criança, ainda, e está a ser treinado para se transformar no escudeiro de um cavaleiro nobre. Porém, a sua curiosidade e iniciativa, bem como as palavras inspiradoras e educacionais do mago Merlim, vão levá-lo a um rumo de vida muito diferente depois de, inadvertidamente, retirar uma velha espada de uma pedra… a espada que só poderia ser retirada pela pessoa certa para assumir o trono vago da Inglaterra.
O filme é bom, tem alegria, tem cor e movimento. Mesmo assim, é um filme visualmente bruto e com traços um pouco imperfeitos. O filme foi desenhado à mão, e muitos desenhadores foram envolvidos na sua produção, como antigamente era comum fazer-se na Disney. Mesmo assim, o orçamento limitado da produção levou a cortes de custos que seguramente estão na origem deste visual, menos elegante e suave do que os filmes mais antigos do estúdio.
Karl Swenson faz um trabalho impecável ao dar voz a Merlim, mas eu gostei igualmente da voz fina de Martha Wentworth, que emprestou a fala à bruxa Madame Min, uma das personagens que passaria para os livros de banda desenhada e outros trabalhos do universo da Disney. Junius Matthews também fez um trabalho muito bom.
Uma parte muito importante deste filme é a música, e há canções para quase todos os gostos. O filme tem uma ampla lista, mas sinceramente não me senti tocado por nenhuma das canções e nenhuma delas ficou no meu ouvido por muito tempo. Isso não significa que não sejam boas… significa que falta qualquer coisa nelas para se tornarem verdadeiramente memoráveis.
Em 08 Jan 2022