Autor: Pedro Quintão
Sem dúvida que Final Destination 3 é o ponto alto da saga, até ao momento. Apesar de manter alguns dos problemas narrativos dos filmes anteriores, especialmente no que toca ao tratamento das personagens secundárias, que continuam a existir apenas como “carne para canhão” nas cenas de morte, este terceiro capítulo consegue, ainda assim, destacar-se por várias razões. Por exemplo, a protagonista, interpretada por Mary Elizabeth Winstead, e o seu amigo têm uma construção mais cuidada, oferecendo-nos personagens com quem podemos criar uma ligação e seguir com algum envolvimento emocional. Não que isso não existisse nos protagonistas e co-protagonistas dos filmes anteriores, mas aqui existe uma densidade emocional ligeiramente superior.
O ritmo do filme é outro ponto a favor. Desde o primeiro minuto até ao desfecho, a nossa atenção acaba por ser agarrada. E a ideia de usar fotografias para tentar antecipar a próxima morte é um conceito que beneficia a fórmula da saga.
As mortes são criativas, intensas e absurdas. A cena do solário já se tornou icónica e continua a ser um dos melhores momentos de toda a saga.
O acidente inicial, passado numa montanha-russa, é absolutamente impactante. Se o da autoestrada em Final Destination 2 nos fez recear camiões com troncos, este é o grande culpado de eu nunca fazer nada quando vou a parques de diversões.
Infelizmente, o final não acompanha a qualidade do resto. Sente-se forçado, quase como um regresso ao “mais do mesmo”, numa tentativa preguiçosa de fechar o ciclo. Ainda assim, Final Destination 3 não é uma obra-prima, mas é, indiscutivelmente, um dos maiores marcos do terror mainstream dos anos 2000.
Em 23 Apr 2025