Autor: Pedro Quintão
"Mortal Kombat" é uma verdadeira obra-prima da mediocridade, um exemplo clássico de como algo pode ser tão mau que acaba por se tornar bom, levando-nos para uma época em que os efeitos especiais duvidosos, as cenas de luta mal coreografadas e as interpretações medíocres combinavam para criar algo incrivelmente mau e divertido.
Desde o momento em que a icónica música tema começa a tocar, fica claro que estamos prestes a embarcar numa viagem única, como se fosse uma montanha-russa pelo lado cringe dos anos 90. A sensação é de que o filme foi produzido com o orçamento de um episódio dos "Power Rangers" da mesma década. Tal como acontece nos jogos, a narrativa não inova, mas neste caso consegue ser pior.
Os cenários parecem saídos diretamente de um parque temático de segunda categoria. Os efeitos especiais são de um calibre que beira o hilariante e parecem existir momentos em que acredito que os produtores simplesmente desistiram de tentar fazer algo minimamente credível. E depois temos as interpretações completadas por diálogos tão maus que se tornaram icónicos.
No entanto, é precisamente esta combinação de elementos desastrosos que torna "Mortal Kombat" uma experiência tão memorável. É uma viagem ao lado mais cringe e campy da década de 90, um período em que a tecnologia ainda não tinha evoluído ao ponto de poder suportar as ambições de diversos estúdios de cinema.
Portanto, não há nada no filme que me permita apontar e dizer "isto é realmente bom", mas é essa precisamente essa a razão pela qual "Mortal Kombat" se estabeleceu como uma espécie de clássico cult. Um exemplo de como, às vezes, a diversão pode ser encontrada onde menos esperamos.
Em 16 May 2024