Autor: Filipe Manuel Neto
**Interessante, cheio de qualidade, mas imperfeito.**
A Pixar é, indiscutivelmente, um dos grandes estúdios de animação. Não tenho dúvidas de que este filme cheio de qualidade é um dos mais notáveis da vida do estúdio até agora. Todavia, não se revelou particularmente notável aos meus olhos.
O filme baseia-se num roteiro bastante simples em redor de uma família com super-poderes, em que ambos os pais eram super-heróis até que se tornou proibido, por lei nacional, ser um super-herói. Condenados, injustamente, a viver uma vida normal, os Parr sentem-se mal por terem de esconder os seus poderes dos olhares das pessoas normais. Isso, contudo, poderá mudar quando Bob, o “Senhor Incrível”, recebe um convite para usar os seus poderes.
O filme é bastante bom, mas não me surpreendeu ou encantou como outros filmes fizeram. O uso de excelente CGI e efeitos visuais e de uma cinematografia excelentemente bem feita são elementos essenciais para tornar o filme visualmente agradável, para não dizer apelativo, no entanto, o filme pareceu-me longo demais para a história contada que, por sua vez, pareceu-me demasiado básica e previsível, boa para um público mais jovem, mas decididamente pouco interessante para os adultos. Todavia, o filme compensa isso com bons momentos de humor. O elenco de vozes conta com nomes importantes e sonantes como Holly Hunter, Craig Nelson, Samuel L. Jackson e Jason Lee, e não há dúvidas de que todos foram excelentes e contribuem muito para tornar o filme uma verdadeira obra de arte.
Tecnicamente, é um filme Disney, e isso diz, practicamente, tudo: uma cinematografia cuidada e um visual apelativo, excelentes desenhos e traço num filme que nunca vai à procura do realismo gráfico. A juntar a isto, temos uma boa banda sonora, que não aposta em canções mas sim num certo sentido épico e heróico que combina bastante bem com o tema de todo o filme.
Em 24 Jul 2020