Autor: Pedro Quintão
Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis estão absolutamente fantásticas nos seus papéis, entregando interpretações memoráveis, divertidas e cheias de carisma. É impossível não sentir que estas personagens marcaram uma geração inteira. Há uma química natural entre as duas, e o contraste entre as suas personalidades dá vida a uma narrativa simples, mas muito bonita e animada.
O filme oferece uma visão leve e bem-disposta sobre o conflito de gerações, explorando as diferenças entre uma mãe e filha de forma inteligente e com momentos verdadeiramente divertidos. Infelizmente, este tipo de comédia, mais genuína e espontânea, parece ter desaparecido dos filmes mais recentes e formulaicos da Disney, que hoje parecem preferir seguir fórmulas seguras e aborrecidas em vez de arriscar no humor mais humano e em momentos capazes de tocar o espectador.
Freaky Friday é um retrato perfeito do início dos anos 2000, desde o estilo visual até à forma como a história é contada. É daqueles filmes que grita “early 2000’s” em todos os sentidos e, como já disse, é pena que a Disney tenha perdido essa magia. Além disso, a banda sonora, típica daquela época, funciona quase como uma cápsula do tempo, transportando-nos de imediato para memórias dessa fase, com uma banda sonora que ajuda a definir o tom do filme.
Claro que o humor não envelheceu totalmente bem, algumas piadas são um pouco infantis, mas outras ainda me arrancam gargalhadas sinceras. E, no fim, é isso que conta: é um filme que continua a ser divertido, mesmo passados mais de vinte anos.
Não é uma obra-prima nem um marco do cinema, mas é o típico filme da Disney do início de 2000: leve, divertido, sem pretensões e que nos deixa de bom humor, e só por isso já vale a pena.
Em 11 Aug 2025