O Jogador

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Lançamento: 03 Apr 1992 | Categoria: Filmes

O Jogador

Nome original: The Player

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Mistério, Drama, Thriller, Comédia

Site:

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Produção: Fine Line Features, Avenue Pictures, Spelling Entertainment, Addis Wechsler Pictures

Sinopse

Um executivo de estúdio pressionado por série de fracassos de bilheteria consecutivos começa a receber ameaças anônimas. Obcecado com as mensagens, ele mata o roteirista que acredita ser o responsável e tenta driblar as investigações policiais.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Uma obra notável.** Este é um daqueles filmes que resolvi ver sem ter uma noção clara do que ia encontrar. Eu sei que há muitas pessoas que gostam de saber, lêem e até vêm os ‘trailers’ para decidir o que ver, e eu também faço isso moderadamente, mas uma das sensações que mais gosto na experiência cinematográfica é a surpresa, essa sensação de prazer difícil de descrever que acontece quando um filme nos agrada e nos vai surpreendendo. Claro, pode acontecer o oposto, a surpresa ser má e o filme ser uma magnífica porcaria. Acontece! Mas eu creio que vocês entenderam onde eu quero chegar… Robert Altmann não é um director sobre o qual eu saiba muito. Tanto quanto me lembro, eu só vi um filme dele, “Shortcuts”, e não fiquei particularmente impressionado. Porém, acho que qualquer director tem os seus altos e baixos, e não se pode rotular ninguém por um filme ou dois. Neste filme, Altmann surpreende pela positiva, com uma direcção bem cuidadosa e uma atenção aos detalhes que me agradou bastante. A cinematografia é boa, a edição é muito bem feita e o ritmo é bastante agradável, sem momentos mortos. A cena de abertura é uma verdadeira aula de cinema, com quase dez minutos sem cortes e muito movimento da câmara. E ao longo do filme, a sensação que reina é de que somos levados a espreitar, às escondidas, uma história que ninguém quer que se saiba. O roteiro encaixa-se perfeitamente nesta sensação de secretismo, levando-nos através dos bastidores da indústria do cinema pela mão de um produtor arrogante e detestável que se vê alvo de ameaças de morte anónimas. Ele decide interpelar a pessoa de quem suspeita, um argumentista que ignorou durante muitos meses, e acaba por o matar. A partir daí, os espectadores são convidados a segui-lo nas suas tentativas de esconder tudo, juntamente com o próprio estúdio para quem trabalha, que está pouco interessado em escândalos. Isto é, obviamente, um soco no estômago da indústria de Hollywood, onde não faltam pessoas inescrupulosas, arrogantes, pedantes, detestáveis e dispostas a tudo por ambição, e onde a conduta moral dos estúdios nem sempre tem sido a mais impoluta, preferindo ignorar e/ou abafar situações comprometedoras sempre que possível. Com estas características, o filme tinha tudo para causar urticária em muita gente dentro da indústria. Porém, saiu-se surpreendentemente bem, arrecadou muitos elogios, uma boa bilheteira e foi nomeado para três Óscares, continuando a ser, ainda hoje, um filme que é assiduamente exibido em canais de TV especializados em filmes. Se a qualidade técnica e a história inteligente e mordaz são fundamentais, o elenco contribuiu igualmente com a união de talentos de vários actores de renome. Tim Robbins deixa-nos uma das suas obras mais notáveis como actor, com um trabalho consistente e impactante, e é elegantemente acompanhado por Greta Scacchi que, além de resistir à ideia idiota de aparecer nua sem razão alguma, soube interpretar a sua personagem de maneira profunda e polémica. Para além deles, o filme ainda conta com as boas interpretações de Pater Gallagher e Whoopi Goldberg em personagens menores, e com uma verdadeira chuva de ‘cameos’ e aparições breves de actores, argumentistas e outros, no papel deles mesmos, sendo que muitos deles aceitaram doar o salário daquele único dia de filmagem para uma obra social na época. A procissão de notáveis é quase interminável, fazendo deste filme, talvez, o filme americano com mais ‘cameos’ e participações especiais da história do cinema comercial.

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