Regras do Jogo

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Lançamento: 07 Apr 2000 | Categoria: Filmes

Regras do Jogo

Nome original: Rules of Engagement

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Guerra, Drama

Site:

Poster: Ver poster

Produção: Munich Film Partners & Company (MFP) ROE Production, Paramount Pictures, Seven Arts Pictures

Sinopse

Quando a embaixada americana no Iêmen é cercada por uma multidão de manifestantes, o Coronel Terry Childers (Samuel L. Jackson) recebe a ordem de levar um esquadrão de soldados para o local, a fim de garantir a segurança. Ele tem ordens para evacuar o embaixador e sua família, caso a situação torne-se violenta. Algumas horas após o início da missão de Childers, o embaixador está a salvo, mas três de seus homens morreram, além de mais de 80 homens, mulheres e crianças, que foram mortas por disparos vindos de seu esquadrão. Childers enfrenta então uma corte marcial sob a acusação de ter desrespeitado as regras militares por matar civis desarmados. Ele contesta a acusação, alegando que os civis estavam armados e abriram fogo contra a embaixada americana. Mas parece que o governo americano quer que Childers seja o bode expiatório de uma das mais graves crises diplomáticas dos Estados Unidos

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**O filme tinha tudo para ser bastante melhor e mais complexo, mas foi deliberadamente simplificado para se transformar num drama de tribunal com toques de patriotismo inchado.** Eu nunca fui militar, não precisei de o ser (serei o primeiro a voluntariar-me se o meu país precisar), mas sou filho de um ex-militar, veterano de guerra com anos de combate em África. E eu sei que, quando se está num cenário de combate, pouco importam as regras, o que importa é sair dali vivo, e a preocupação de um oficial com soldados a seu cargo é cumprir a missão com o mínimo de baixas, fazer o trabalho e voltar com os rapazes todos. O meu pai ensinou-me isto e contou-me várias histórias que o comprovam, e eu falo disto agora porque o filme, pela sua temática, faz-me recordar e pensar sobre isto. O roteiro começa com um combate em pleno Vietname, onde um oficial, Terry Childers, executa um vietcongue capturado para obrigar o comandante da força hostil, também feito prisioneiro, a mandar os seus homens recuarem. Isto é, ele infringe claramente uma regra de combate para assim salvar as vidas de soldados ao seu comando. Anos depois, ele é enviado ao Iémen para proteger a embaixada dos EUA, que está cercada por uma multidão hostil e sob fogo de franco-atiradores. Na evacuação da embaixada, Childers perde três soldados e vê cair, mortalmente ferido, um quarto camarada, ordenando aos demais que devolvam o fogo e disparem sobre uma multidão, matando 83 pessoas. Nos meses seguintes, porém, é levado a Tribunal Militar e acusado de homicídio e conduta inadequada a um oficial, chamando para o defender um velho amigo do Vietname, Hays Hodges, que lhe deve a vida pelo que ele fez lá. Já tivemos uma boa dose de filmes com tribunais e julgamentos militares, isso não é novidade, e o director William Friedkin errou ao tornar o filme num simples drama de tribunal. O enredo é eficaz na tarefa de nos fazer duvidar da culpabilidade de Childers, e deixa o público livre para o apoiar ou não, mas faz isso sem se esforçar, indo por caminhos simples: por exemplo, demonizando os políticos e pondo em evidência uma cabala para ocultar provas e forçar o tribunal a condená-lo. É bastante óbvio que há gente poderosa interessada em condená-lo e usá-lo como cordeiro sacrificial para sanar um imbróglio político e diplomático. Infelizmente, o filme não explora isso, afasta do caminho questões mais complexas, nunca aborda a posição do Departamento de Estado ou até a do Presidente e tudo é simplificado, resultando num filme que, apesar de nos entreter, é bastante esquecível. O elenco conta com um leque de actores excelentes e com créditos bastante sólidos para as personagens que vão desempenhar. Tommy Lee Jones e Samuel L. Jackson já fizeram outros trabalhos semelhantes e são apostas muito seguras para as duas personagens centrais da trama. Contudo, nenhum deles vai um dia ser lembrado por este filme. Guy Pearce também faz um trabalho satisfatório e dentro daquilo que se podia esperar do actor. Ben Kingsley faz uma aparição relativamente breve e não acrescenta muito ao filme, mas quem realmente se sai mal é Bruce Greenwood. Ele faz o papel de um político de gabinete… no entanto, a personagem foi francamente subscrita e só está aqui para ser odiada por todos nós. Tecnicamente, o filme está dentro dos padrões daquilo que eu chamo “filmes patrióticos dos EUA”. Tem uma boa cinematografia e bons efeitos, uma banda sonora bastante marcial, excelentes cenas de acção com bons momentos de combate e, claro, a omnipresente bandeira dos EUA, venerada e protegida pelo sangue de soldados heróicos. Aqui, sem dúvidas, sentimos o aroma da propaganda. Os EUA são um país que gosta de se imiscuir nos assuntos de outros países e de se arrogar ao papel de polícia do planeta, mas basta que as sondagens ao eleitorado sejam mais adversas que os generais mandam logo retirar as tropas. Vimos o resultado deste patriotismo todo em Cabul, muito recentemente, mas os mais velhos recordarão Saigão.

Em 21 Apr 2023

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