Autor: Filipe Manuel Neto
**Quase ultrapassou o primeiro filme.**
Normalmente, quando um filme atinge um sucesso financeiro notável, a indústria arranja espaço para uma ou duas sequelas. Foi o que aconteceu com "Madagáscar", mas a sequela conseguiu manter o nível inicial de qualidade.
Neste filme, a tentativa dos quatro animais do zoológico de voltar aos EUA fracassa e, por coincidência (uma das que só acontece nos filmes), acabam por cair na África Central, numa reserva onde Alex nasceu, o que permite conhecer os seus pais e as suas origens.
O filme é muito bom e divertido. Retém a maioria dos elenco e actores de voz do filme original e adiciona, ou recupera, algumas personagens como a Senhora Idosa, que ganha algum protagonismo, ou os pais de Alex. Notei que algumas personagens que eram secundárias passaram a ser postas num espaço mais central da trama, medida que foi uma resposta ao carinho que conquistaram do público. É o caso, por exemplo, do Rei Juliano ou dos Pinguins. As quatro personagens centrais não mudam muito mas o roteiro tentou dar-lhes mais espaço e atenção para contrabalançar o peso de várias personagens secundárias carismáticas.
O roteiro regressa a uma antiga tradição de filmes de animação e cria momentos em que transmite mensagens moralistas, especialmente em relação às diferenças entre os indivíduos (os eventos entre Melman e Gloria e o dilema de Marty com as outras zebras são apenas dois exemplos). Pessoalmente, não tenho nada contra essa militância implícita. Os actores de voz continuam a executar o seu trabalho na perfeição, e o filme é tecnicamente irrepreensível a nível do desenho, animação e cinematografia. Estranhamente, é muito pobre em música. Existem algumas, mas nenhuma merece atenção especial.
Em 19 Jun 2018