Autor: Pedro Quintão
Segundo a lenda, Jason Blum entrou no ChatGPT e inseriu o seguinte prompt:
"Escreve uma continuação para M3GAN com as piores ideias possíveis, mas como o budget está limitado, a boneca tem de aparecer poucas vezes"
Megan 2.0 foi, sem sombra de dúvida, uma das maiores decepções que já tive numa sala de cinema. Fui vê-lo já com a expectativa de ver algo absurdo, mas muito divertido, entretanto, depressa fiquei com a sensação de ter perdido tempo e com vontade de sair a meio da sessão.
O trailer já me tinha feito antever uma abordagem diferente, pois parecia afastar-se completamente do tom do original, trocando o terror por um lado mais cómico e absurdo. Pensei que talvez isso fosse algo bom: levar o conceito da boneca assassina para um registo mais divertido, tornando-a numa anti-heroína. Só que, infelizmente, nem isso conseguiram.
A história tenta continuar os eventos do primeiro filme, com as protagonistas agora a enfrentar um novo robô assassino chamado Amélia e a precisarem da ajuda da Megan para a derrotar. Algo que me lembrou Terminator 2, mas, ao contrário do clássico com Schwarzenegger, aqui tudo é forçado, sem carisma, nem uma mensagem útil.
Outro problema é que o filme não consegue sequer ser divertido. Não é uma boa comédia, não tem boas cenas de ação e o argumento é uma mescla de péssimas ideias sem força e que não combinam. Tudo parece ter sido escrito à pressa, com ideias que fariam mais sentido na cabeça de uma criança que cria histórias enquanto brinca com os seus brinquedos. Parece que estivemos a ver uma série de cenas coladas à toa, sem qualquer peso dramático e com um ritmo lamentável.
A própria Megan, que devia ser o principal destaque, só aparece fisicamente quase após 1 hora de filme. E quando aparece não acrescenta muito. As poucas tentativas de humor, que até podiam ter funcionado, não passam de piadas recicladas do trailer.
Posso dizer que Megan 2.0 é um desastre. Tenta ser comédia, tenta ser ação, tenta ser sentimental, mas falha em tudo. Não tem qualquer identidade, não tem alma, não me soube provocar qualquer tipo de entusiasmo.
E o que mais custa admitir é o papel da Blumhouse nisto. Uma produtora que, em tempos, ajudou a revitalizar o género do terror, e que agora arrisca a tornar-se responsável por estragar o género com filmes PG-13, sem violência ou qualquer impacto. Torna-se difícil acreditar que isto venha do mesmo estúdio que nos deu The Invisible Man ou Get Out.
Em 30 Jun 2025
Autor: willalexandre
Vocês podem não acreditar mas eu gostei deste filme, não sou tão chato em avaliações.
Em 07 Aug 2025