Autor: Pedro Quintão
"How to Have Sex" revela-se uma experiência que, embora não surpreenda com reviravoltas narrativas, consegue prender o espetador até ao último segundo. A mestria da edição e a habilidade do argumento em apresentar cenas realistas são pontos altos que contribuem para esta cativante experiência.
O elenco merece destaque, proporcionando interpretações realistas e naturais que dão a sensação de estarem a ser eles próprios, vivendo um momento genuÃno. Esta autenticidade do elenco cria uma ligação envolvente com o público, deixando a esperança de um futuro brilhante na área do cinema para estes talentosos atores.
A cinematografia aposta numa paleta de tons neon, contribuindo para o ambiente insano dos momentos de festa. Esta escolha estética acrescenta uma camada visual vibrante à narrativa.
A abordagem do filme aos problemas do final da adolescência, como a pressão dos "amigos" para perder a virgindade, a iminência da vida adulta, e as festas descontroladas afastadas do contexto familiar, oferece um retrato excessivamente realista. A narrativa explora a falta de consciência dos perigos e consequências dos atos, a sexualização e a intensidade de aproveitar cada momento. Para muitos espectadores, esta representação poderá ressoar, evocando identificação com as situações vividas durante a adolescência.
No entanto, o filme deixa a desejar ao não entregar uma trama mais sólida e impactante. Em alguns momentos, o argumento parece estagnado, sem conduzir o espetador a um ponto fulcral. Apesar de abordar temas importantes como o consentimento, a oportunidade para construir uma mensagem forte é desperdiçada, resultando numa abordagem superficial a essas temáticas.
Em suma, "How to Have Sex" é uma experiência cinematográfica cativante, embora apresente falhas na construção da trama e na exploração plena de temas cruciais. A autenticidade do elenco e a estonteante edição elevam o filme, proporcionando um olhar realista sobre os desafios da adolescência tardia.
Em 17 Jan 2024