Autor: Pedro Quintão
Comecei a ver a saga "Hellraiser" aleatoriamente. Há alguns anos, assisti aos dois primeiros filmes, recentemente vi o 5º filme, "Hellraiser: Inferno", e hoje desta vez foi a vez de assistir a "Hellraiser: Hellseeker", o sexto capítulo da saga, um filme que acaba por ser uma experiência decepcionante. Este título traz um certo sentimento de nostalgia devido ao regresso de Kirsty Cotton, a protagonista dos filmes originais. No entanto, essa nostalgia é rapidamente se transforma em frustração, pois a presença de Kirsty é mínima e insignificante, não fazendo jus à importância da sua personagem nos primeiros filmes. A sua aparição é tão breve e irrelevante que quase a poderia apelidar de figurante.
O mesmo destino infeliz recai sobre Pinhead, o famoso vilão interpretado por Doug Bradley. Embora Pinhead continue a ser assustador e tenebroso, graças à interpretação icónica do ator, a sua presença no filme é mínima. A pouca utilização de uma personagem tão crucial para a mitologia de "Hellraiser" acaba por ser uma oportunidade desperdiçada, que foi exatamente um dos problemas do filme anterior.
A narrativa de "Hellraiser: Hellseeker" assemelha-se muito à do seu predecessor, "Hellraiser: Inferno" (o quinto filme da saga). Aliás, parece que pegaram no mesmo guião, reformularam algumas partes e executaram de forma inferior. Enquanto "Hellraiser: Inferno" conseguiu criar um ambiente de thriller neo-noir intrigante, "Hellraiser: Hellseeker" falha em capturar essa atmosfera, optando por um thriller psicológico confuso e desinspirado. A história centra-se num homem com problemas de memória que confunde a realidade com a imaginação, resultando numa série de sequências desconexas que nunca são capazes de impactar o espectador.
A história é confusa e sem sentido. Quanto mais penso nela, menos lógica parece ter. O filme termina com uma sensação de vazio e que a história não nos levou a lado nenhum. Como recentemente, me disseram, esta sequela parece mais um esforço para os produtores manterem os direitos do franchise sem qualquer propósito claro, servindo apenas para "encher chouriços".
Apesar das suas falhas, possui alguns méritos. Considerando que é uma produção de baixo orçamento, lançada diretamente para o mercado do home video, o filme consegue ser competente do ponto de vista técnico. A qualidade da produção é surpreendentemente sólida para o tipo de obra, superando outras produções semelhantes da mesma época.
Em resumo, "Hellraiser: Hellseeker" é uma entrada medíocre na saga "Hellraiser", que desilude tanto na narrativa quanto no desenvolvimento dos personagens. A falta de presença significativa das personagens icónicas e uma trama extremamente confusa fazem deste filme uma experiência frustrante para os fãs da série. No entanto, reconhece-se um esforço técnico que, mesmo sendo incapaz de salvar o filme, pelo menos coloca-o acima de outras produções de baixo orçamento dessa época.
Em 07 Jun 2024
Autor: Pedro Quintão
Comecei a ver a saga "Hellraiser" aleatoriamente. Há alguns anos, assisti aos dois primeiros filmes, recentemente vi o 5º filme, "Hellraiser: Inferno", e hoje desta vez foi a vez de assistir a "Hellraiser: Hellseeker", o sexto capítulo da saga, um filme que acaba por ser uma experiência decepcionante. Este título traz um certo sentimento de nostalgia devido ao regresso de Kirsty Cotton, a protagonista dos filmes originais. No entanto, essa nostalgia é rapidamente se transforma em frustração, pois a presença de Kirsty é mínima e insignificante, não fazendo jus à importância da sua personagem nos primeiros filmes. A sua aparição é tão breve e irrelevante que quase a poderia apelidar de figurante.
O mesmo destino infeliz recai sobre Pinhead, o famoso vilão interpretado por Doug Bradley. Embora Pinhead continue a ser assustador e tenebroso, graças à interpretação icónica do ator, a sua presença no filme é mínima. A pouca utilização de uma personagem tão crucial para a mitologia de "Hellraiser" acaba por ser uma oportunidade desperdiçada, que foi exatamente um dos problemas do filme anterior.
A narrativa de "Hellraiser: Hellseeker" assemelha-se muito à do seu predecessor, "Hellraiser: Inferno" (o quinto filme da saga). Aliás, parece que pegaram no mesmo guião, reformularam algumas partes e executaram de forma inferior. Enquanto "Hellraiser: Inferno" conseguiu criar um ambiente de thriller neo-noir intrigante, "Hellraiser: Hellseeker" falha em capturar essa atmosfera, optando por um thriller psicológico confuso e desinspirado. A história centra-se num homem com problemas de memória que confunde a realidade com a imaginação, resultando numa série de sequências desconexas que nunca são capazes de impactar o espectador.
A história é confusa e sem sentido. Quanto mais penso nela, menos lógica parece ter. O filme termina com uma sensação de vazio e que a história não nos levou a lado nenhum. Como recentemente, me disseram, esta sequela parece mais um esforço para os produtores manterem os direitos do franchise sem qualquer propósito claro, servindo apenas para "encher chouriços".
Apesar das suas falhas, possui alguns méritos. Considerando que é uma produção de baixo orçamento, lançada diretamente para o mercado do home video, o filme consegue ser competente do ponto de vista técnico. A qualidade da produção é surpreendentemente sólida para o tipo de obra, superando outras produções semelhantes da mesma época.
Em resumo, "Hellraiser: Hellseeker" é uma entrada medíocre na saga "Hellraiser", que desilude tanto na narrativa quanto no desenvolvimento dos personagens. A falta de presença significativa das personagens icónicas e uma trama extremamente confusa fazem deste filme uma experiência frustrante para os fãs da série. No entanto, reconhece-se um esforço técnico que, mesmo sendo incapaz de salvar o filme, pelo menos coloca-o acima de outras produções de baixo orçamento dessa época.
Em 07 Jun 2024