Dreamgirls: Em Busca de um Sonho

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Lançamento: 25 Dec 2006 | Categoria: Filmes

Dreamgirls: Em Busca de um Sonho

Nome original: Dreamgirls

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Drama, Música

Site:

Poster: Ver poster

Produção: DreamWorks Pictures, Paramount Pictures, Laurence Mark Productions

Sinopse

Effie White, Deena Jones e Lorrell Robinson moram em Chicago e formam um grupo musical, as Dreamettes. As três começam a fazer sucesso graças ao manipulador empresário Curtis Taylor Jr., que consegue fazer com que elas acompanhem um cantor de "soul". Os conflitos começam quando Curtis sonha em transformar as Dreamettes em Dreams. Sua ideia é trocar Effie por Deena e fazer dela a vocalista principal do grupo, o que deixa evidente seu interesse romântico pela jovem.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Vibrante, intenso, colorido.** Não sei bem o que estava à espera quando decidi ver este filme. Sabia que era um musical mas pensei, sinceramente, que se baseava mais directamente na vida das Supremes, um grupo de cantoras soul norte-americanas. Não é verdade. O filme é baseado directamente num musical da Broadway que retracta a ascensão de um grupo de cantoras que foi inspirado nas Supremes. Talvez por isso, o filme perdeu imediatamente alguns pontos para mim. Mas isso não significa que o filme é mau! Pelo contrário, tem imensa qualidade. Sendo um filme musical, a música é o centro de tudo. O filme tem uma vasta banda sonora e as canções sucedem-se uma após a outra durante as mais de duas horas de duração, como se fosse uma ópera italiana. A produção não poupou esforços neste campo, aproveitando ao máximo o conjunto poderoso de vozes que arregimentou para o filme. Beyoncé, pela sua fama e carreira sólida como cantora pop, é provavelmente o nome mais sonante no cartaz, mas eu achei, pessoalmente, que Jennifer Hudson e Eddie Murphy foram perfeitamente capazes de a igualar e acompanhar. Murphy foi, aliás, surpreendente pois a sua faceta musical não é algo que tenha sobressaído aos meus olhos até ver este filme. Algumas das canções do filme ficam no ouvido e são verdadeiramente memoráveis, como é o caso de “Listen”, “Move” e “Patience”. Bill Condon assegurou uma direcção eficiente e capaz, mas nem sempre isenta de mácula. Para começar, o filme é um pouco longo demais para a história que conta e arrasta-se em vários momentos. Também senti que, por vezes, Condon sacrificou o roteiro em detrimento do visual e da música. Isso é sempre um erro, na minha opinião. De nada serve a um filme parecer lindo e ter lindas músicas se a história contada não for sólida e, de facto, com tanta música foi difícil acompanhar o enredo e há momentos em que ele parece tropeçar, perder relevância, sendo ensombrado pela música e pelo brilho visual. Há ainda algumas partes da trama que soam mal ou foram francamente subaproveitadas. O elenco do filme é notável e está cheio de pesos pesados. Já falei um pouco acerca dele mais acima mas vou voltar a referir algumas coisas, porque acho que é justo realçar o bom trabalho do elenco: Beyoncé cantou maravilhosamente e mostrou ser uma actriz suficientemente sólida quando quer. Eddie Murphy surpreendeu ao mostrar o seu lado musical mas também manteve uma interpretação dramática bastante forte. Estando habituado a ver este actor em papéis de índole cómica, foi verdadeiramente interessante vê-lo trabalhar neste filme. Jamie Foxx é bom mas penso que teve pouco tempo de tela para mostrar tudo o que vale. Anika Noni Rose teve um começo discreto e lento mas foi tendo mais tempo e mais material para mostrar valor à medida que o filme evoluiu. Por fim, temos de aplaudir de pé a demolidora Jennifer Hudson. Se Beyoncé teve graciosidade ao cantar, Hudson mostrou poder. Que voz! E que grande actriz. A performance dela é verdadeiramente, por si só, uma razão para ver este filme. Tecnicamente, eu destacaria pela positiva os excelentes cenários e figurinos, que souberam aproveitar e trazer para o cinema o glamour e brilho do mundo musical dos anos 50 e 60. A cinematografia também ajudou, com a aposta em cores vibrantes e uma filmagem rápida, que parece conseguir acompanhar as várias músicas. Claro, em momentos mais profundos ou mais reflexivos, a cinematografia muda radicalmente, com a aposta em cores mais profundas e um visual mais calmante. Mas isso não são novidades, são técnicas cinematográficas que sempre se usaram. O filme foi aclamado quando saiu e recebeu imensas indicações ao Óscar e aos Globos de Ouro que, naturalmente, não se traduziram em prémios automáticos. Hudson mereceu bem o Óscar de Melhor Actriz Secundária e a qualidade geral do filme garantiu o Óscar de Melhor Mistura de Som. Recebeu ainda várias indicações para o Óscar de Melhor Canção Original, e eu ainda não compreendo como é que perdeu essa estatueta para um documentário onde o forte está longe de ser a música e a canção vencedora, apesar de ser muito boa, não me parece tão boa ou rica quanto nenhuma das nomeadas saídas deste filme. Intenso, vibrante, com um conjunto poderosos de vozes, de canções e de interpretações, este filme é incontornável para os amantes de musicais e vale a pena pela qualidade geral, apesar de não ser isento de falhas ou problemas. Pessoalmente, e apesar de me sentir um pouco defraudado nas minhas expectativas posto que esperava uma história com base num grupo de música verdadeiro, creio que valeu a pena e que consegui aproveitar o melhor que este filme tem para oferecer.

Em 12 Jun 2020

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