Autor: Pedro Quintão
Estava um pouco cético, pois o original deixou-me com mixed feelings. Adorei a proposta, mas comecei a detestar a vertente mais filosófica dos últimos 20 minutos, em que deixou muito por explicar. Neste caso, a sequela volta a cometer os mesmos acertos e os mesmos erros.
No novo filme, conhecemos um novo leque de personagens e somos apresentados a uma prisão diferente daquela que conhecemos no primeiro filme, pois esta encontra-se sistematizada e com regras que atribuem punições severas para quem as quebrar.
Inicialmente, estava a ser bastante intrigante e até me questionei sobre o motivo do filme receber péssimas críticas. Contudo, nos últimos 20 minutos entendi o motivo dos comentários negativos, pois The Platform 2 volta a cometer os mesmos erros, só que de forma ainda pior. Se no original, apesar da filosofia barata e da enchente de metáforas, ainda existia uma pequena ponta de realismo que humanizava a situação vivida pelas personagens, neste, tudo se torna non-sense, absurdo e forçado, abrindo ainda mais o leque de questões sobre aquele universo.
Não esperava que o filme fosse auto-explicativo, mas também não estava à espera que tornasse tudo ainda mais desnecessariamente confuso e sem qualquer sentido. Parece que assisti a um episódio de uma série medíocre de 90 minutos e que agora terei de esperar muito tempo para saber o que acontece no episódio seguinte e descobrir se este universo de The Platform realmente nos quer levar para algum lado. Isto tudo sendo otimista e acreditando que vão produzir um novo capítulo para explicar toda esta confusão e ausência de respostas, para que aquilo faça o mínimo de sentido.
Em suma, The Platform 2 tenta expandir o universo intrigante do original, mas acaba por cair nos mesmos erros, entregando um final confuso e sem respostas. É um filme que começa bem e desperta curiosidade, mas que perde o impacto ao exagerar no absurdo, deixando uma sensação de frustração em vez de satisfação.
Em 27 Oct 2024